Vaticano vai formar bispos para lutar contra pedofilia na Igreja


Papa Francisco deseja que entidades trabalhem juntas durante ao menos três anos na formação de religiosos. Praça de São Pedro, no Vaticano
REUTERS/Guglielmo Mangiapane/File Photo
O Vaticano anunciou nesta sexta-feira (21) que vai impulsionar a formação de bispos de todo o mundo na luta contra a pedofilia, graças a um acordo entre a comissão vaticana contra as agressões sexuais a menores e o Ministério para a Evangelização.
O papa Francisco, que em 2014 criou a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores com o objetivo de acabar com a pedofilia dentro da Igreja, deseja que as entidades trabalhem juntas durante ao menos três anos na formação dos bispos.
A comissão foi criticada duramente por um de seus membros mais influentes, o jesuíta Hans Zollner, que renunciou recentemente ao cargo que ocupava nesse órgão recentemente, alegando que a entidade apresentava problemas estruturais relacionados ao cumprimento, à responsabilização e à transparência.
“A comissão deve resolver problemas urgentes”, afirmou Zollner.
Segundo o acordo anunciado nesta sexta, serão organizadas, sobretudo, sessões de capacitação para os bispos recém-ordenados.
Em uma entrevista ao Vatican News, o responsável pela comissão, o cardeal norte-americano Sean O’Malley, explicou que o órgão vai desenvolver programas com o objetivo de atender as vítimas.
“Se contássemos no passado com a informação que temos agora sobre como proteger e compreender [essa problemática], a história da Igreja teria sido diferente”, afirmou.
“Estamos tentando contar também com a experiência de uma vítima para que os novos bispos possam ouvir em primeira mão o testemunho dramático e os efeitos que esse terrível crime tem sobre suas vidas”, acrescentou O’Malley.
Francisco pediu à comissão para “sair e trabalhar com os bispos de todo o mundo para que se capacitem e consigam assim acompanhar e trabalhar com as vítimas” de forma a superar esse drama.
O responsável pelo ministério, o cardeal Luis Antonio Tagle, declarou ao Vatican News que se trata de um desafio para sua pasta, já que implica em conhecer tanto as leis e normas aprovadas pelo Vaticano como as dos países envolvidos.

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