Tortura e morte de jovem de SP foi monitorada por preso na PCE, diz Polícia | …

As investigações da Polícia Civil sobre o assassinato brutal do jovem paulista Pablo Ronaldo Coelho dos Santos apontaram que a ordem para matar e não somente arrancar os dedos da vítima partiu de dentro de uma cela na Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Pascoal Ramos, na Capital. 

Natural do interior de São Paulo, a vítima foi sequestrada por integrantes do Comando Vermelho em 19 de abril, em Nova Ubiratã (a 477 km de Cuiabá), após fazer um gesto com as mãos durante uma festa que foi associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) – facção rival a dos suspeitos do sequestro.

Reprodução

Pablo Ronaldo dos Santos

Constam nas investigações que a conversa dos executores com o detento Andrey Ariel de Lima, vulgo “Tubarão”, teria sido presenciada pelas vítimas. Pablo foi esgorjado e posteriormente decapitado. Seguindo instruções de seus comparsas, os executores também mutilaram suas mãos, arrancando os dedos supostamente usados para fazer o sinal da facção rival.

A ligação telefônica feita por “Tubarão” foi confirmada em seu depoimento dado à Polícia Civil por um segundo jovem, que foi sequestrado junto com Pablo, mas conseguiu escapar. “Que depois ligou um cara da cadeia dizendo que não era só para arrancar dos dedos não, era para matar mesmo. Que então os suspeitos mudaram de ideia e se convenceram que era para matar os dois”, declarou o sobrevivente. Os membros do CV, após torturarem o jovem, filmaram o assasinato dele.

Segundo a Polícia Civil, estão envolvidos diremente da brutal execução os investigados Lucas da Silva Aguiar, vulgo “Ciclone”; Matheus Pereira da Silva; Joabe Vingre do Nascimento Conceição, vulgo “Jacaré”; Douglas da Silva, vulgo “Tocha”; Dayane Moreno dos Santos; Hisla Bruna Santana Sampaio, vulgo “Mana Joice”; Jonas Rodrigues da Silva Neto, vulgo “Magrelo”; e Maria Rita Araújo Ribas, vulgo “Mana Profe”. Todos foram alvos da Operação Procusto.

Arte: Rodinei Crescêncio/RDNews

Alvos da Opera��o Procusto

Consta na representação criminal feita pela Polícia Civil à Justiça para deflagração da operação, à qual o teve acesso, que nenhuma morte ocorreria a mando do crime organizado na cidade de Nova Ubiratã sem o aval de “Tubarão” e de “Mana Joice”.

“A extração de dados celulares demonstrou que Lucas da Silva Aguiar observava as vítimas e se reportava a Andrey Ariel de Lima, vulgo “Tubarão”. Andrey Ariel de Lima gerenciou toda a caminhada delitiva de dentro de sua cela na Penitenciária Central do Estado, aponta o documento.

Conversas extraídas dos celulares apreendidos dos alvos da operação mostram que “Ciclone” confirmou ter recebido o aval de “Mana Joice” para prosseguir com as execuções. A participação ativa de “Tubarão”, preso na PCE, foi extraída de suas conversas por telefone com “Ciclone”, um dos supostos sequestradores-executores.

Lucas atualiza seu comparsa Tubarão em tempo real, desde a captura até a morte, enviando-o inclusive fotos das vítimas amarradas durante as sessões de tortura


Trecho da representação da PJC

“Lucas atualiza seu comparsa Tubarão em tempo real, desde a captura até a morte, enviando-o inclusive fotos das vítimas amarradas durante as sessões de tortura”, diz trecho da representação criminal.

Sinal em festa e sequestro

As investigações apontam que o motivo de toda a “imbecilidade” foi, em tese, o fato de as vítimas terem supostamente feito um sinal com a mão que remetia ao número três, associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O jovem que sobreviveu e Pablo Ronaldo foram abordados por “Ciclone”, “Lukinha”, “Tocha” e  “Jacaré” quando foram sequestrados.

Uma testemunha narrou o que aconteceu no dia do sequestro das vítimas. “Que conhece as vítimas a menos de um mês, e que tinha marcado com eles e mais outras amigas para ir no Bar Sinucão. Que estava com eles quando os suspeitos chegaram, sendo que o Lukinha, já estava no local. Que o vulgo Ciclone e Tochinha e Jacarezinho chegaram. Em seguid, o Ciclone foi conversar coma as vítimas, mas que ela não conseguiu ouvir. Em seguida, todos saíram do bar. E de longe ela viu Pablo e o amigo entrando em Honda Civic azul escuro”, disse. 

Em seguida foram levadas para um cativeiro, onde passaram horas de tortura madrugada a dentro. Conforme a investigatigação, as torturas eram direcionadas pelos suspeitos “Tubarão”, “Mana Joice” e
“Mano Magrelo”, sendo inclusive ordenado aos torturadores que amputassem três dedos de cada mão das vítimas.

Eles fizeram as vítimas gravarem um vídeo enviado ao detento na PCE dizendo: “Vou romper com o PCC e fechar com o CV”. Ainda que, a todo momento, Pablo e o amigo negass associação à facção alguma. 

Fuga

Em depoimento, a vítima sobrevivente realatou que, por um “milagre”, durante o trajeto para execução, o porta-malas do veículo se abriu permitindo ele fugisse e adentrasse um milharal. A vítima foi ainda perseguida pelos seus executores e, devido ao seu esforço pela vida, conseguiu não ser novamente capturado. “Que antes de chegaram na BR, conseguiu pular do porta-malas, pois conseguiu desamarrar as mãos sozinho. Que Pablo não conseguiu dessamarrar as mãos e não quis pular”, disse.

Segundo o depoimento, bastante emocionado, o sobrevivente relatou que deixou seu amigo Pablo Ronaldo Coelho dos Santos para trás “pois este estava muito machucado”. Os seus executores foram Matheus Pereira da Silva, Lucas da Silva Aguiar, Joabe Vingre do Nascimento Conceição, Douglas da Silva, Lucas Dourado da Silva e o elemento identificado como “Dimenor”.

O corpo de Pablo foi encontrado após mais de um mês de buscas, do outro lado da margem do rio em Nova Ubiratã.



Fonte

One thought on “Tortura e morte de jovem de SP foi monitorada por preso na PCE, diz Polícia | …

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