‘Sol artificial’ coreano produz recorde com plasma de 100 milhões de graus

Recentemente, uma equipe de cientistas da Coreia do Sul conseguiram bater o recorde de produção de energia ao produzir uma bola de plasma com 100 milhões de graus por aproximadamente 50 segundos. O experimento faz parte da Pesquisa Avançada Supercondutora Tokamak da Coreia (KSTAR) e utilizou um dos reatores de fusão mais avançados do planeta. Não é à toa que seu apelido é sol artificial coreano.

Os cientistas explicam que os novos componentes inseridos no reator permitiram o recorde de temperatura; ele conseguiu permanecer ligado por quase 20 segundos a mais que o recorde anterior. O reator permaneceu ligado por exatamente 48 segundos. 

Os pesquisadores acreditam que os testes dos novos componentes do KSTAR abrirão portas para o Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER) — ele pode se tornar o maior reator de fusão do tipo em todo o mundo.

O recorde do KSTAR foi revelado pelo Instituto Coreano de Energia de Fusão (KFE), quando o reator conseguiu atingir uma temperatura cerca de sete vezes maior do que a do Sol. Atualmente, a equipe está revisando os dados dos últimos experimentos para compreender todas as variáveis e, assim, possibilitar que um estudo apresente todos os dados que levaram aos resultados recentes.

“Apesar de ser o primeiro experimento realizado no ambiente dos novos desviadores de tungstênio, testes completos de hardware e preparação de campanha nos permitiram alcançar resultados que superam os dos registros anteriores do KSTAR em um período curto. Para atingir o objetivo final da operação KSTAR, planejamos melhorar sequencialmente o desempenho dos dispositivos de aquecimento e de acionamento de corrente e também proteger as tecnologias básicas necessárias para operações de plasma de pulso longo e alto desempenho”, disse o diretor do centro de pesquisa KSTAR, Si-Woo Yoon.

Reator nuclear e plasma de 100 milhões de graus

Conforme o físico de plasma da Equipe de Pesquisa de Cenários de Alto Desempenho da KFE, Hyeon-seon Han, o objetivo final é a produção de um plasma com temperatura de 100 milhões de graus que permaneça ativo por mais de 300 segundos — eles esperam que isso aconteça até meados de 2026.

Ou seja, os cientistas planejam que o reator KSTAR libere quantidades impressionantes de energia em um tempo cerca de seis vezes maior do que o atual recorde.

A imagem apresenta a câmera de vácuo do reator da Pesquisa Avançada Supercondutora Tokamak da Coreia (KSTAR).A imagem apresenta a câmera de vácuo do reator da Pesquisa Avançada Supercondutora Tokamak da Coreia (KSTAR).Fonte:  Korea Institute of Fusion Energy (KFE) 

O KFE também revelou que o KSTAR conseguiu atingir o modo de alto confinamento (modo H) por cerca de 102 segundos. Um dos motivos dessa possibilidade foi a atualização do reator com desviadores de tungstênio, um detalhe que proporciona vantagens significativas para operações que envolvem altas temperaturas.

“O objetivo final do KSTAR é atingir 300 segundos de operação de plasma com temperaturas de íons superiores a 100 milhões de graus. Para atingir esse objetivo, a equipe KSTAR tem se concentrado em áreas essenciais de pesquisa e também na melhoria do desempenho do dispositivo. Isso inclui a instalação de componentes adicionais de plasma de tungstênio e a garantia do controle de feedback em tempo real, utilizando tecnologia de inteligência artificial para melhorar o desempenho do dispositivo”, é descrito em um comunicado oficial.

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