Lula lamenta morte de Paulo Caruso e diz que cartunista contribuiu para democracia


Paulo Caruso tinha 73 anos e morreu neste sábado em São Paulo (SP). Presidente afirmou que cartunista também contribuiu para garantir direito à liberdade de expressão. Cartunista Paulo Caruso morre aos 73 anos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou neste sábado (4) a morte do cartunista Paulo Caruso e afirmou que o chargista contribuiu na luta pela democracia e pelo direito à liberdade de expressão.
Paulo Caruso tinha 73 anos e morreu neste sábado em São Paulo (SP). Ele estava internado no Hospital 9 de Julho, no Centro da capital.
“Paulo Caruso foi um grande desenhista e cronista político, com uma criatividade inesgotável, retratou com talento e consciência o dia-a-dia que constrói nossa história recente. O seu traço veloz e seu humor já são parte da memória nacional”, publicou Lula em uma rede social.
“Contribuiu com seu talento na luta pela democracia e por um país com direito à liberdade de expressão. Meus sentimentos ao seu irmão, Chico, aos seus familiares, amigos e admiradores”, acrescentou o presidente.
Caricaturista, ilustrador, chargista e músico, Paulo José Hespanha Caruso nasceu na capital paulista em 6 de dezembro de 1949. Ele é irmão gêmeo de Chico Caruso, também cartunista.
Paulo Caruso cursou arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) no início dos anos 1970, mas não exerceu a profissão. Em 1985, no Salão de Humor de Piracicaba, no interior de São Paulo, uniu a paixão pela música ao amor pelos cartuns e montou uma banda só com cartunistas.
O cartunista Paulo Caruso
Reprodução/paulocaruso.com
Humor e política
No programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, Paulo Caruso afirmou que ele e o irmão Chico Caruso começaram cedo na arte do desenho.
“Desde os 4, 5 anos de idade a gente desenhava sem parar, incentivado pelo nosso avô materno, que era pintor amador, pegava na mão da gente e ensinava a desenhar. Foi quem me ensinou a tocar violão também”, disse na ocasião.
A política, emendou, “pegou com 14 anos”.
Na mesma entrevista, Chico contou que em 1969, com 18 anos, ele e o irmão estavam começando a trabalhar em jornal, “aí a politização foi quase uma obrigação”.
Carreira profissional
Paulo Caruso começou a vida profissional no “Diário Popular” no final da década de 1960 e também colaborou com os jornais “Folha de S.Paulo” e “Movimento”.
Nos anos 1970, foi para “O Pasquim”, ao lado de Millôr Fernandes (1923-2012), Jaguar e Ziraldo. A partir de 1988, publicou na revista “IstoÉ” a coluna de humor Avenida Brasil, onde sintetizou, com sátira e humor, vários momentos da história política do país.
Em 1992, lançou o livro “Avenida Brasil”, em que reuniu centenas de charges políticas, publicadas em jornais e revistas. O principal foco, na época, era o presidente Fernando Collor de Mello. Também é autor de “As Origens do Capitão Bandeira” (1983), “Ecos do Ipiranga” (1984), “Bar Brasil na Nova República” (1986) e “A Transição pela Via das Dúvidas” (1989).
“A matéria-prima é toda fornecida pelo governo. Eu acho que nós, cartunistas, deveríamos virar ‘estatal’ porque nós dependemos tanto do governo para nossa produção”, brincou.
Paulo Caruso recebeu vários prêmios, entre eles, o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA, em 1994.

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