Dezenas de milhares de israelenses protestaram neste sábado (15). Proposta de reforma tira o poder da Suprema Corte e dá mais poderes ao Parlamento controlado pelo governo. Milhares de israelenses protestam contra reforma judicial em Tel Aviv
Dezenas de milhares de israelenses protestaram neste sábado (15) em Tel Aviv e outras cidades contra o controverso projeto de reforma judicial, considerado por seus críticos como uma legislação que poderia empurrar o país em direção a um modelo autoritário.
As manifestações têm reunido dezenas de milhares de pessoas desde janeiro, quando o governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apresentou o projeto.
De modo geral, a proposta de Netanyahu:
coloca a escolha dos juízes da Suprema Corte nas mãos do Parlamento de Israel;
propõe que as decisões do Judiciário possam ser sobrepostas às decisões do Parlamento, que é ultraconservador.
Manifestação contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e a reforma judicial de seu governo em Tel Aviv, neste sábado (15).
REUTERS/Oren Alon
O governo argumenta que a reforma, que busca aumentar o poder do Parlamento sobre o da Suprema Corte, é necessária para garantir um melhor equilíbrio de poderes.
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As novas manifestações ocorrem apenas alguns dias após a votação no Parlamento de uma medida-chave do texto.
Israelenses protestam contra os planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de reformar o sistema judicial do país, neste sábado, 15 de julho de 2023, em Tel Aviv.
AP Foto/Ariel Schali
A cláusula votada na terça-feira visa anular a possibilidade de o Poder Judiciário se pronunciar sobre a “razoabilidade” das decisões do governo.
O governo de Netanyahu, formado em dezembro com o apoio de partidos de extrema-direita e formações ultraortodoxas judaicas, é um dos mais conservadores da história de Israel.
“É uma batalha pelo país, queremos que Israel continue sendo democrático, e as leis ditatoriais não passarão”, declarou Nili Elezra, uma manifestante de 54 anos, à AFP.
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