Irã condena bombardeio contra Houthis no Iêmen, e rebeldes afirmam que vão continuar a atacar navios no Mar Vermelho


Governo iraniano afirmou haver clara violação de direitos internacionais. Porta-voz de grupo rebelde afirmou que não há justificativas para o bombardeio. Míssil é disparado de navio de guerra durante operação dos Estados Unidos e do Reino Unido contra alvos Houthis, no Iêmen, em 12 de janeiro de 2024
US Central Command/Reuters
O Irã condenou o ataque conduzido pelos Estados Unidos e Reino Unido contra o grupo rebelde Houthis, nesta sexta-feira (12). Além disso, um porta-voz dos rebeldes afirmou que o Houthis continuará a atacar navios com destino a Israel no Mar Vermelho.
A operação contra os Houthis foi feita após o grupo rebelde lançar vários ataques contra navios comerciais na região, em protesto à guerra de Israel em Gaza. Os rebeldes são aliados do Hamas e têm o apoio do Irã.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, afirmou que os bombardeios conduzidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra os Houthis, nesta sexta-feira, atingiram várias cidades do Iêmen.
“Consideramos que é uma clara violação da soberania e integridade territorial do Iêmen, e uma violação das leis, regulamentos e direitos internacionais”, afirmou Kanaani.
Já Mohammed Abdulsalam, porta-voz do Houthis, afirmou que a operação contra alvos do grupo é “injustificada”.
O governo dos Estados Unidos disse que os bombardeios contra alvos do grupo rebelde devem diminuir a capacidade de ataque dos Houthis no Mar Vermelho.
Os norte-americanos também acusaram o Irã de envolvimento nos ataques feitos pelos rebeldes, na região, nas últimas semanas.
Horas após o ataque, a Rússia afirmou que solicitou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidos para discutir o bombardeio.
O Omã também condenou os ataques.
A escalada da tensão no Oriente Médio representa um aumento no alerta para que o conflito, que se concentra entre Israel e o Hamas, possa se estender para outros territórios da região.
Quem são os Houthis, grupo rebelde aliado do Hamas que ataca navios no Mar Vermelho
Operação
Os ataques conduzidos pelos Estados Unidos e o Reino Unido, nesta sexta-feira, foram feitos via água e ar, com o uso de submarinos, navios e aeronaves.
Alvos militares dos Houthis foram atingidos. As instalações guardavam drones, mísseis balísticos e de cruzeiro, além de radares costeiros e de vigilância aérea.
Esses foram os primeiros bombardeios contra o grupo desde que os rebeldes começaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho, no fim de 2023.
Nas últimas semanas, militantes do grupo rebelde, apoiados pelo Irã, intensificaram ataques contra os navios comerciais em protesto à guerra de Israel em Gaza. Além disso, os houthis controlam boa parte do Iêmen.
Desde novembro, pelo menos 27 ataques conduzidos pelo grupo rebelde contra navios foram registrados na região. Em dezembro, por exemplo, um navio norueguês foi atacado por um míssil, na costa do Iêmen.
O grupo prometeu continuar os ataques até que Israel interrompa o conflito em Gaza e alertaram que atacariam navios de guerra dos EUA se o próprio grupo de milícia fosse alvo.
Os ataques houthis perturbaram o comércio internacional na principal rota entre a Europa e a Ásia, que representa cerca de 15% do tráfego marítimo mundial.
Várias companhias de transporte marítimo suspenderam operações, preferindo o trajeto mais longo em torno da África.
Mapa mostra o caminho que os navios fazem até chegar ao Canal de Suez
Kayan Albertin/g1
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