Grupo Wagner diz que deixará cidade na Ucrânia por falta de munições


Grupo de mercenários que luta ao lado do Exército russo e tem boa relação com Vladimir Putin afirmou que pode deixar Bakhmut, o principal campo de batalha atual entre forças de Moscou e de Kiev. Yevgeny Prigozhin durante vídeo publicado pedindo por munições
Press service of “Concord”/Handout via REUTERS
O fundador do grupo paramilitar russo Wagner ameaçou nesta sexta-feira (5) retirar seus combatentes a partir de 10 de maio da cidade de Bakhmut, epicentro dos confrontos no leste da Ucrânia, devido à falta de munições.
“Em 10 de maio de 2023 teremos que entregar nossas posições em Bakhmut às unidades do Ministério da Defesa e retirar as unidades do grupo Wagner dos acampamentos de retaguarda”, disse Yevgueni Prigozhin em um vídeo publicado em seu canal no Telegram.
“Vou retirar as unidades Wagner de Bakhmut porque, sem munições, enfrentam uma morte absurda”, acrescentou.
Um homem passa por um mural repintado representando o logotipo do Grupo Wagner da Rússia em uma parede em Belgrado, Sérvia, quinta-feira, 19 de janeiro de 2023.
AP Photo/Darko Vojinovic
Os combatentes do grupo Wagner assumiram um papel de protagonismo na ofensiva da Rússia na Ucrânia e estão à frente da luta de vários meses para conquistar Bakhmut, a batalha mais longa e sangrenta da guerra até o momento.
O ultimato foi anunciado após semanas de tensões entre o grupo Wagner e o exército russo.
Prigozhin acusa o Estado-Maior de não fornecer munições suficientes a seu grupo paramilitar, para que este não conquiste uma vitória que ofuscaria o exército oficial.
“Nós tomaríamos a cidade de Bakhmut antes de 9 de maio. Quando perceberam isso, os burocratas do exército interromperam as entregas de munições”, acusou Prigozhin.
O governo ucraniano, porém, alertou a população para uma eventual ofensiva das forças russas na cidade para conquistá-la antes do feriado de 9 de maio, considerado o “Dia da Vitória” na Rússia em memória do fim da Segunda Guerra Mundial.
Yevgeny Prigozhin durante vídeo em que mostra mortos do grupo Wagner na cidade de Bakhmut
Press service of “Concord”/Handout via REUTERS
Em outro vídeo publicado no Telegram Prigozhin mostra o que, segundo ele, são fileiras de combatentes do grupo Wagner mortos.
No vídeo ele acusa o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, e o comandante do Estado-Maior, Valery Gerasimov. “Shoigu! Gerasimov! Onde está a ‘p****’ da minha munição?”, questiona Prigozhin, muito irritado.
“Eles vieram até aqui como voluntários e estão morrendo para que vocês possam engordar em seus escritórios”, completou, de pé, ao lado de vários cadáveres com uniformes militares.
“Estes jovens são do grupo Wagner. Morreram hoje. O sangue deles ainda está fresco”, disse, antes de acrescentar que os comandantes do exército “irão para o inferno” por não enviar munição.
Prigozhin disse ainda que irá cobrar do governo russo pelas “dezenas de milhares de mortos”.
O escritório do grupo Wagner em São Petersburgo
Reuters
O grupo Wagner sofreu grandes baixas nos últimos meses ao tentar conquistar a cidade de Bakhmut.
O grupo paramilitar conquistou grande parte da cidade, mas não conseguiu tomar o restante das posições ucranianas.
Embora o Kremlin negue qualquer tensão dentro das forças russas, as declarações recentes de Prigozhin mostram o contrário.

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