O professor e analista político, Vinicius de Carvalho, reconhece que Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), certamente, terão influência na disputa à Prefeitura de Cuiabá neste ano. Entretanto, não vê este como sendo o único fator dominante na corrida eleitoral. Em sua avaliação, os problemas e as mazelas locais darão o norte, distanciando de um acirramento por questões nacionais.
Rodinei Crescêncio
Em entrevista ao , o especialista em Gestão Pública e Ciência Política relembrou a disputa presidencial de 2022 e garante que haverá transferência de votos das duas lideranças políticas aos seus respectivos escolhidos. Porém, acredita que o projeto não será abraçado por todos os eleitores, que certamente levarão em conta as dificuldades do dia a dia.
“Que vai ter peso, vai. Se pegarmos os números do 2º turno em Cuiabá, dos votos válidos deu 62% ao Bolsonaro, 38% ao Lula, ou seja, Bolsonaro ganhou até com uma certa folga. Eles vão conseguir transferir votos? Vão conseguir, sim. Parte do eleitorado realmente segue essa tendência nacional. E aí, distribuindo nesse eixo esquerda e direita, né. Mas assim, é minoria [que vai seguir]. Não pesa tanto”, argumentou.
Atualmente a Capital é carente na Saúde e Infraestrutura, questões latentes na vida da população, desta forma, Vinicius destaca que o eleitorado estará atento nas bandeiras que serão levantadas.
“Pesa mais na análise do eleitorado os temas locais, como: Coleta de lixo, limpeza pública, transporte coletivo, iluminação pública, é o chamado prefeito síndico, o prefeito zelador, esse lado acaba tendo um peso muito maior. O saneamento básico, distribuição de água e coleta de esgoto e as demais políticas públicas também, educação, saúde, mobilidade urbana, então essas questões locais acabam pesando muito mais do que as nacionais”, endossou.
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Ele ponderou que de fato haverá eleições “nacionalizadas” no país, mas não deve ser a tendência de Cuiabá. Hoje, o candidato do PT, o deputado Lúdio Cabral, ainda precisa obter apoio dos demais partido integrantes da Federação Brasil da Esperança. Já o provável candidato do PL, será o deputado federal Abilio Brunini, que conta com apoio da Executiva Nacional, mas nenhum dos dois lidera a disputa.
“Quando a gente fala de um 2º turno entre Lúdio e Abílio, por exemplo, repetir essa polarização nacional, né? E eu não acredito nisso, sinceramente. Eu acho que a questão local vai pesar muito, muito mais. Lúdio, Abílio tem uma rejeição muito grande”, frisou.
Neste cenário, nomes como deputado estadual Eduardo Botelho e chefe da Casa Civil Fabio Garcia, pode despontar na preferência do eleitorado. Ambos disputam a indicação do União Brasil para entrar na disputa.