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Rodinei Crescêncio

 Maur�cio Munhoz - nova arte - coluna s�bado - janeiro de 2023

Os povos indígenas brasileiros desempenham um papel fundamental para a agricultura no Brasil. Suas práticas tradicionais de manejo do ambiente e conhecimentos ancestrais são de extrema importância para a preservação da biodiversidade, conservação dos recursos naturais e promoção de sistemas agrícolas sustentáveis, já que os povos indígenas possuem um profundo conhecimento sobre a flora e fauna local, incluindo técnicas de cultivo de alimentos nativos, manejo de florestas, pesca, caça e coleta de frutos, conhecimentos estes, que são transmitidos de geração em geração e são adaptados às condições específicas de cada região, levando em consideração a sazonalidade, a diversidade dos ecossistemas e a preservação dos recursos.

A importância da agricultura indígena para o país se dá por se tratar de uma agricultura que valoriza a diversidade de culturas e a preservação das sementes crioulas, que são variedades tradicionais adaptadas ao ambiente local, essas sementes têm uma importância crucial para a segurança alimentar nacional e para a conservação da agrobiodiversidade, uma vez que são resistentes a pragas e doenças específicas da região e mantém a variabilidade genética das espécies cultivadas.

A diversidade cultural e os saberes dos povos indígenas ainda são fundamentais para o desenvolvimento de práticas agrícolas mais sustentáveis e resilientes diante das mudanças climáticas

Além disso, as práticas indígenas de manejo sustentável do solo, como a rotação de culturas, o pousio, prática que tem como objetivo preservar a vitalidade da terra, já que consiste no descanso do solo entre plantios;  e o uso de adubos orgânicos, contribuem para a conservação da fertilidade dos solos a longo prazo, evitando a degradação e o esgotamento dos recursos naturais.

Ademais, a diversidade cultural e os saberes dos povos indígenas ainda são fundamentais para o desenvolvimento de práticas agrícolas mais sustentáveis e resilientes diante das mudanças climáticas, suas técnicas de agrofloresta, por exemplo, combinam a plantação de árvores frutíferas, cultivos agrícolas e preservação de áreas florestais, promovendo a regeneração dos ecossistemas e a mitigação das mudanças climáticas.

Portanto, a preservação dos territórios indígenas e o respeito aos direitos dos povos indígenas são essenciais para a conservação da biodiversidade, a segurança alimentar e o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis no Brasil e a valorização e o reconhecimento dos conhecimentos tradicionais indígenas são fundamentais para promover a coexistência harmoniosa entre a agricultura e o meio ambiente.

Escrito com Sara Nadur Ribeiro

Maurício Munhoz Ferraz é sociólogo, atual superintendente federal de Agricultura e Pecuária no Estado de Mato Grosso, ocupou o cargo de secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso em 2022. Atuou recentemente também como consultor, diretor de pesquisas da Fecomércio-MT e professor de economia da Unemat. Tem mestrado em sociologia, é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia,  membro do projeto governança metropolitana do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada do Governo Federal (IPEA), vencedor do Prêmio Celso Furtado de economia e escreve nesta coluna com exclusividade aos sábados. E-mail: mauriciomunhozferraz@yahoo.com.br



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