Ao avaliar a figura de Filinto Müller, o professor de história e deputado estadual, Wilson Santos (PSD), destaca ser impossível que ocorra uma pacificação sobre a “verdade” em torno da vida do político mato-grossense apontado historicamente como “perseguidor de comunistas”. Os familiares de Filinto, no entanto, rejeitam a pecha.
Müller é cuiabano e foi presidente do Senado, líder do governo Juscelino Kubitschek, do Congresso Nacional, Chefe da Polícia e Secretário do Trabalho de Getúlio Vargas.
A polêmica em torno da figura Filinto Müller veio à tona nessa semana com sessão de homenagem a Filinto promovida na Assembleia Legislativa pelo deputado Júlio Campos (União Brasil). A cerimônia aconteceu juntamente com o lançamento do livro “Filinto Müller – A Verdade Por Trás da Mentira”, do escritor João Carlos Vicente Ferreira.
Wilson argumenta que a história não é sustentada de maneira exata como na matemática, porém baseada na interpretação, na qual cada um tem a sua própria ótica. Embora a história veja, descreva seu legado com sangue e repressão, a divisão entre apoiadores e críticos permanecerá pela eternidade.
“Filinto é uma figura polêmica e permanecerá sendo polêmica para sempre. Nunca haverá sobre ele uma pacificação, quem espera isso pode tirar o cavalo da chuva. Porque a história não é exata como é a matemática e a física, a história é de interpretações. Cada um houve, lê e tem a sua verdade”, disse o deputado, nesta semana, durante homenagem à família de Müller.
ALMT
Homem honrado
O livro do escritor João Carlos Vicente Ferreira, lançado esta semana em sessão da ALMT, tem o claro objetivo de “passar a limpo” a história do mato-grossense e retirar as manchas impostas sobre seu legado.
Wilson endossa a publicação dizendo que político foi um homem honrado, e reconheceu que o objetivo não é mudar o pensamentos dos “convictos”, sendo necessário reconhecer o seu valor: “Não estamos aqui para convencer convictos. Filinto é um figura polêmica, morreu assim e será sempre assim. Não haverá sobre ele pacificação, ele viveu várias fases da história nacional. Parece que só houve Filinto nos 9 anos que foi Chefe de Polícia. Filinto foi muito mais do que isso”.
Ao citar o contexto histórico, o deputado alega que Müller estava sob a influência do “Positivismo”, uma corrente filosófica que defendia que o crescimento deve estar sempre em marcha contínua, ligado intrinsicamente na disciplina para o progresso civil.
“Filinto é filho do Positivismo […] A concepção militar da época era o Positivismo, que uma das suas premissas é que somente os militares poderiam governar, pois somente eles eram construídos de honestidade e de patriotismo. Então essa corrente faz vários presidentes [Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca]”, acrescentou.
Filinto Müller nasceu no dia 11 de julho de 1900 e morreu em julho de 1973, em seu próprio aniversário, em um trágico acidente aéreo no aeroporto de Orly, na França.