Montagem/Reprodução
João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho estão afastados das funções e são alvos de investigação
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve o afastamento e o monitoramento eletrônico dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho. Eles estão afastados desde 1º de agosto, por decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão. Ambos são suspeitos de envolvimento em suposto esquema de venda de decisões judiciais.
Em sua decisão, ministro seguiu parecer da Procuradoria Geral da República. Zanin, no entanto, autorizou o desembargador Sebastião de Moraes a voltar a ter contato com seu filho Mauro Thadeu Prado de Moraes e retirou-lhe o bloqueio de valores acima do estabelecido como parâmetro para garantia do juízo. O filho do magistrado também é investigado. Ele teria sido beneficiado por Roberto Zampieri com um “contrato muito bom”, no suposto esquema – saiba
Na mesma sentença, Zanin também analisou o pedido de revogação da prisão preventiva do empresário Andreson de Oliveira Gonçalves e de sua transferência da Penitenciária Central do Estado (PCE) de Mato Grosso para outra prisão. A defesa do lobista alegava que Andreson estaria sendo submetido a condições prejudiciais à sua integridade física e psicológica. O ministro negou ambos os pedidos.
Rodinei Crescêncio/Rdnews
O empresário Andreson de Oliveira Gonçalves segue preso e teve HC negado
De acordo com a investigação, Andreson teria função decisiva de comando e ingerência no contexto de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, que envolveria intermediadores, advogados e servidores públicos. Zanin autorizou, porém, que ele volte a ter contato com sua esposa Mirian Ribeiro Gonçalves – que também é investigada -, nos dias e horários de visitação.
Operação Sisamnes
A Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal em novembro deste ano, cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, além de um de prisão. Entre os alvos de buscas estavam os desembargadores Sebastião Moraes Filho e João Ferreira Filho, que estão afastados por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde agosto. Agentes da PF estão nas casas deles e também em seus gabinetes no Tribunal de Justiça – veja alvos
Annie Souza/Rdnews
O caso veio à tona após análise do celular do advogado Roberto Zampieri, executado em dezembro do ano passado.
Os mandados também foram cumpridos no escritório de Zampieri, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
De acordo com as apurações da PF, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses. Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.