O vereador afastado, Paulo Henrique (MDB), acusado de possuir suposto elo com a facção Comando Vermelho, usando da posição para favorecer o grupo criminoso, tem rejeitado ser notificado pela Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, que pode cassar seu mandato parlamentar.
De acordo com presidente da Comissão de Ética, vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), o emedebista foi procurado em três oportunidades. No entanto, sempre recusou a notificação.
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A primeira vez teria ocorrido no dia 23 de outubro. Paulo Henrique recebeu um servidor da Câmara, mas ao ter conhecimento que se tratava da notificação, recusou a receber, pedindo um “reagendamento” para ter ao lado o seu advogado.
No dia 25 daquele mês, o servidor retornou, mas foi barrado na portaria do condomínio, sob a justificativa de que Paulo Henrique não estava na local. O feito de se repetiu no dia 31 de outubro.
Rodrigo conta que já houve tentativas por aplicativo de mensagens, e-mails e pessoalmente, mas há a recuso por parte do alvo da Comissão de Ética. Por isso, acionou a Procuradoria da Câmara para buscar orientação de como proceder.
Além do processo na Comissão de Ética, O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) denunciou Paulo Henrique por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A denúncia é assinada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
Ligação com CV
Segundo a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco/MT), Paulo Henrique, seria responsável por atuar em benefício do grupo criminoso, na interlocução com os agentes públicos, recebendo benefícios financeiros, em troca de alvarás e liberação de eventos em casas noturnas da Capital.
Foi apontado também que o parlamentar utilizou de funcionários “fantasmas”, na Câmara de Cuiabá, visto que foram encontradas várias fotos, na galeria do celular de Paulo Henrique, de cartões de crédito e débito em nome de diversas pessoas.
“Determino a comunicação da Câmara Municipal de Cuiabá na pessoa do Presidente Vereador Francisco Carlos Amorim Silveira do afastamento do paciente do cargo de Vereador ocupado pelo paciente, para que sejam tomadas as medidas pertinentes no âmbito daquele órgão legislativo”, concluiu o magistrado.
Com o afastamento do cargo, o suplente Raufrides Macedo (PSD) assumiu a cadeira de Paulo Henrique na Câmara de Cuiabá.