Organização dos Estados Americanos condenou e repudiou o que chamou de ‘exílio forçado’ de Edmundo González, opositor de Nicolás Maduro, na Espanha. E afirmou que expectativa é que ele assuma posto em janeiro do ano que vem. Edmundo Gonzalez, opositor de Maduro na Venezuela, em 31 de maio de 2024
Gabriela Oraa / AFP
A Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu neste domingo (8) um comunicado em que informou que “continuará trabalhando para que verdadeiro vencedor das eleições na Venezuela assuma a presidência” em janeiro do ano que vem.
A entidade comentou o pedido de asilo de Edmundo González — opositor de Nicolás Maduro — à Espanha, aceito pelo país europeu. A Organização também condenou e repudiou o que chamou de “exílio forçado”.
Em um ponto do comunicado, A OEA afirmou que “não há dúvidas da vitória de Gonzáles” e reforçou que o regime de Nicolás Maduro “não só não conseguiu produzir a menor prova de resultado eleitoral, como forçou o exílio” do opositor.
Edmundo González chega à Espanha após deixar Venezuela
“Edmundo González só fez o que era apropriado nesta ocasião. A Venezuela definitivamente não precisa de mais um preso político, nem de mais uma pessoa torturada, não precisa de mais uma vítima de violações sistemáticas dos direitos humanos”, diz a nota.
González concorreu nas eleições de julho contra Maduro. Ele deixou Caracas, capital venezuelana, neste sábado (7) e chegou à Espanha neste domingo (leia mais abaixo).
González era alvo de um mandado de prisão solicitado pelo Ministério Público e aceito pela Justiça venezuelana. Na ocasião, o pedido de prisão foi condenado pela OEA.
“Sabemos quais são as prisões do regime e conhecemos a triste natureza humana da cadeia de comando da repressão ditatorial. Neste processo eleitoral que não terminou, devemos ainda continuar a trabalhar para que o verdadeiro vencedor das eleições de 28 de julho assuma a Presidência da República Bolivariana da Venezuela em janeiro do próximo ano”, afirma outro trecho do documento.
A nota também destacou que a “defesa da democracia e dos direitos humanos devem ser tanto maiores quanto piores as circunstâncias se tornam.”
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A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado fala com a mídia ao lado do candidato presidencial da oposição Edmundo Gonzalez após a autoridade eleitoral anunciar que o presidente venezuelano Nicolás Maduro conquistou um terceiro mandato, durante a eleição presidencial, em Caracas, Venezuela, em 29 de julho de 2024.
REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Chegada à Espanha
O candidato opositor Edmundo González chegou à Espanha após ter seu pedido de asilo aceito pelo país europeu, segundo sua aliada, a líder opositora María Corina Machado.
A aeronave da Força Aérea espanhola pousou na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madri.
María Corina Machado justificou o asilo político de González dizendo que, na Venezuela, “sua vida corria perigo, e as crescentes ameaças, citações judiciais, ordens de apreensão e até as tentativas de chantagem e do coação de que ele foi objeto demonstram que o regima [chavista] não tem escrúpulos nem limites em sua obsessão de silenciá-lo”.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, González embarcou em um voo da Força Aérea espanhola. Segundo a agência Reuters, Albares afirmou pela rede social X que “o governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos.”
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que González deixou o país com o aval do governo venezuelano. Segundo ela, “após os contatos entre os dois governos e o cumprimento dos trâmites legais, a Venezuela concedeu os salvo-condutos necessários para garantir a tranquilidade e a paz política no país.”
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