Um em cada três democratas acha que Biden deve desistir de eleição nos EUA, diz pesquisa; Michelle Obama é única 'substituta' capaz de vencer Trump


Levantamento foi feito pela agência de notícias Reuters e pelo Instituto Ipsos entre eleitores democratas. Ex-primeira-dama não manifestou intenção de concorrer. Desempenho de Biden foi colocado em xeque após debate da semana passada. A ex-primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, durante Convenção Nacional Democrata de 2020.
Democratic National Convention via Reuters
Um em cada três eleitores democratas acha que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deveria desistir de concorrer à presidência dos EUA, de acordo com um levantamento da agência de notícias Reuters e do instituto de pesquisas Ipsos divulgada nesta terça-feira (2).
A pesquisa também mostrou que a ex-primeira-dama Michelle Obama seria a única a vencer Donald Trump em um hipotético confronto, entre os nomes levantados para substituir Biden como candidato democrata.
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Michelle Obama já disse várias vezes que não tem intenção de concorrer à presidência, mas seu nome foi um dos levantados por membros do Partido Democrata para substituir Biden após seu desempenho ruim no primeiro debate das eleições de 2024, realizado na semana passada entre ele e o candidato republicano, Donald Trump.
Após o debate, membros do Partido Democrata começaram a pressionar para que Biden desistisse da reeleição. No dia seguinte ao enfrentamento, uma série de jornais e revistas dos EUA também defenderam, em editoriais, que o presidente deixasse a corrida à Casa Branca.
No entanto, no domingo (30), após discutir o assunto com sua família, Joe Biden decidiu permanecer na disputa. Nesta terça, pela primeira vez, um deputado democrata defendeu abertamente a retirada do candidato do partido.
A sondagem ouviu 1.070 pessoas em todos os Estados Unidos durante dois dias, após o debate entre Biden e Trump.
A sondagem apresentou aos entrevistados os nomes cotados para uma eventual substituição de Biden como o candidata democrata, no caso em que o presidente desistisse da corrida à Casa Branca. Entre eles, estão a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o governador da Califórnia, Gavin Newson;
Harris teria um desempenho similar ao de Biden frente a Trump — uma situação de empate técnico. Já Gavin Newson se sairia ainda pior que o presidente dos EUA, de acordo com a pesquisa.
Apenas a ex-primeira-dama, afirma o levantamento, venceria Donald Trump com 50% dos votos contra 39% do ex-presidente republicano, em uma hipotética disputa.
A sondagem revelou também que tanto Trump, de 78 anos, como Biden, de 81, mantêm o apoio de 40% dos eleitores registados, sugerindo que Biden não perdeu terreno desde o debate. As eleições acontecem em 5 de novembro.
Cerca de 32% dos democratas na sondagem disseram que Biden deveria desistir da sua candidatura à reeleição após um debate em que gaguejou e não conseguiu desafiar energicamente os ataques de Trump, que incluíram inúmeras alegações falsas.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada em janeiro já havia mostrado que 49% dos democratas entrevistados disseram que Biden não deveria concorrer novamente em 2024.
Até a última atualização desta reportagem, Michelle Obama não havia se pronunciado sobre a pesquisa. Seu marido, o ex-presidente Barack Obama, saiu em defesa de Biden na semana passada, após o debate.
ENTENDA: É possível substituir Biden como candidato do Partido Democrata?
Debate
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Com voz rouca —atribuída a um resfriado—, pouco entusiasmo e hesitante, Biden, de 81 anos, perdeu o debate da semana passada para Donald Trump, de 78 anos, apontam quase todos os analistas políticos e o próprio Partido Democrata.
Trump, candidato do Partido Republicano à Casa Branca, despejou uma série de mentiras com calma e de forma assertiva, sem ser corrigido por Biden, que se confundiu algumas vezes e se mostrou pouco reativo na maioria delas.
O criticado desempenho fez crescer uma questão de se é possível substituí-lo como candidato do Partido Democrata à presidência?
As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A convenção dos democratas, que vai confirmar Biden como candidato à reeleição, será entre 19 de agosto e 22 de agosto —daqui a menos de dois meses.

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