Uma grande operação de buscas está em andamento no meio do Oceano Atlântico depois que um submarino usado para levar turistas até os destroços do Titanic desapareceu no domingo. Acredita-se que a nave desaparecida seja o submarino Titan da OceanGate
CBS NEWS/via BBC
Um jornalista que viajou a bordo de um submarino de turismo que desapareceu durante um mergulho ao local do naufrágio do Titanic diz que é impossível para as pessoas que estão dentro da nave escapar sem ajuda externa.
A embarcação desapareceu no Oceano Atlântico no domingo (18/6), dando início a uma grande operação de busca.
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O jornalista da CBS David Pogue fez a viagem no ano passado e escreveu um relato de sua experiência.
Ele disse que encontrar a embarcação a tempo é um desafio para as equipes de resgate.
Em entrevista para a BBC, Pogue explicou que os passageiros ficam “selados” dentro da cápsula principal por vários parafusos que são colocados do lado de fora e precisam ser removidos por uma equipe externa.
Ele disse que a nave — que se acredita ser o submarino Titan da OceanGate — tem sete mecanismos diferentes que permitem que ela emerja. Para o jornalista, é “realmente preocupante” nenhuma delas ter funcionado, pelo que se sabe até agora.
Para Pogue, a capacidade de emersão do submarino seria anulada caso ele tenha ficado preso ou caso tenha ocorrido algum vazamento.
“Não há backup, não há cápsula de escape”, disse ele. “É chegar à superfície ou morrer”.
As equipes de resgate estão correndo contra o tempo para localizar o submarino desaparecido, que normalmente carrega cerca de quatro dias de oxigênio para uma tripulação de cinco pessoas, de acordo com a Guarda Costeira dos EUA.
Agências governamentais, as marinhas dos EUA e do Canadá e empresas comerciais de alto mar estão ajudando na operação de resgate, disseram autoridades.
Os destroços do Titanic estão a cerca de 700 km ao sul de St John’s, Newfoundland, no Canadá, embora a missão de resgate esteja sendo liderada de Boston, em Massachusetts (EUA).
Entre os que estão a bordo do submersível está o bilionário empresário e explorador britânico Hamish Harding, segundo sua família.
O jornalista da CBS David Pogue fez a viagem no submarino no ano passado
BBC
Para complicar ainda mais a missão, o GPS não funciona debaixo d’água, nem o rádio — o que significa que não há como se comunicar com a embarcação.
“Quando o navio de apoio está diretamente sobre o submarino, as embarcações conseguem enviar mensagens de texto curtas entre si. Mas claramente, essas mensagens não estão mais sendo respondidas”, disse Pogue.
O jornalista lembrou que a Titan se perdeu por cerca de três horas durante a expedição em que ele participou no ano passado.
Ele disse que hesitou em embarcar no submarino porque alguns dos componentes pareciam “meio improvisados”.
“Você dirige este submarino com um controle de jogo do Xbox, parte do lastro eram canos de construção abandonados.”
Pogue disse que o inventor do Titan e CEO da OceanGate, Stockton Rush, havia garantido que a cápsula principal de fibra de carbono tinha sido co-projetada com a Nasa e a Universidade de Washington e que era “sólida como uma pedra”.
Infográfico feito pela rede britânica BBC mostra detalhes do submersível Titan, da OceanGate
BBC
Em um comunicado na segunda-feira (19), a OceanGate disse que seu “foco total [estava] nos tripulantes do submersível e em suas famílias”.
A empresa disse que estava “profundamente agradecida” pela “extensa assistência” que recebeu de agências governamentais e empresas envolvidas em operações em alto mar.
O Titanic, que era o maior navio de sua época, atingiu um iceberg em sua viagem inaugural de Southampton a Nova York em 1912. Dos 2,2 mil passageiros e tripulantes a bordo, mais de 1,5 mil morreram.
Os destroços do naufrágio vêm sendo explorados desde que foram descobertos em 1985.
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