Sistemas alimentares podem capturar emissões e avançar no combate à fome, diz CEO da JBS

Os sistemas alimentares – que abrangem da produção a campo até a chegada ao consumidor – podem contribuir, de forma determinante, para o enfrentamento dos dois maiores desafios da humanidade: mudanças climáticas e segurança alimentar. Esse foi o ponto enfatizado pelo CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, nesta quinta-feira (19), em painel sobre como desbloquear o potencial Brasil-Estados Unidos em energias renováveis em evento realizado na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

O Brazil-US Climate Impact Summit 2024 promoveu discussões sobre os desafios e caminhos diante das alterações no clima, com foco especial na transição energética como solução principal.

“Para as transformações que precisam ser feitas, são necessários recursos, mais especificamente entre US$ 300 bilhões e US$ 350 bilhões anuais até 2030”, declarou o executivo, que é líder da Força-Tarefa de Sistemas Alimentares e Agricultura Sustentáveis do B20, braço empresarial do G20, grupo que congrega as 20 maiores economias do mundo.

Segundo Tomazoni, é essencial priorizar corretamente e colocar o pequeno produtor no centro da estratégia. “Hoje, menos de 4% dos investimentos para mitigar as mudanças climáticas vão para a área da agricultura”, disse, mencionando o dado do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad), da ONU.

O executivo lembrou que o policy paper “Sustainable food systems and agriculture” (sistemas alimentares e agricultura sustentáveis) – resultado do trabalho de 139 pessoas de diversos países e elos da cadeia produtiva – traz três diretrizes essenciais a serem integradas na proposta de pauta do setor privado para a Cúpula de Líderes do G20, agendada para novembro, no Rio de Janeiro:

  • aumentar a produtividade no campo,
  • melhorar o acesso ao crédito por parte de produtores rurais e
  • fortalecer o sistema de comércio multilateral.

Ao lado do CEO global da JBS, participaram do painel “Desbloqueando o potencial Brasil-EUA em energias renováveis” Barry Glickman, presidente da divisão de Tecnologias e Soluções Sustentáveis da Honeywell; Paula Kovarsky Rotta, vice-presidente das áreas de Estratégia da Raízen; Luisa Palácios, pesquisadora sênior do Centro de Política Global de Energia da Universidade de Columbia; e Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil. A mediação foi de Francisco Goes, chefe da sucursal do Valor Econômico no Rio de Janeiro.

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