O Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (SINDSEMPMT) divulgou uma nota de repúdio sobre o caso de suposto assédio sexual e moral que teria sido praticado pelo procurador Luiz Alberto Esteves Scaloppe contra servidores da órgão. Na nota, o presidente do sindicato, Eziel da Silva Santos, garante que acompanhará o caso, “cobrando uma resposta efetiva”.
“Repudiamos veementemente qualquer forma de assédio, seja ele sexual ou moral, dentro do ambiente de trabalho. Os relatos apresentados pelas vítimas são extremamente graves e inaceitáveis, evidenciando uma conduta incompatível com os deveres funcionais e o decoro exigido no exercício do cargo público”, diz trecho da nota.
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O presidente resssalta que o sindicato permanecerá vigilante “na luta por um ambiente de trabalho digno e respeitoso”.
“É fundamental que internamente os responsáveis conduzam uma investigação rigorosa e imparcial, garantindo o devido processo legal e a proteção das vítimas. Casos de assédio devem ser tratados com seriedade e punidos de acordo com a gravidade das condutas praticadas e da honradez de que faz jus o Ministério Público de Mato Grosso, que não deve ser afrontada por atos de quem quer que seja, sob pena de descrédito da população a quem deve defender”, ressalta o presidente no documento.
A investigação contra o procurador de Justiça de Mato Grosso foi instaurada pelo Conselho Nacional do Ministério Público. A denúncia, no entanto, já havia sido analisada e arquivada pelo Conselho do MPMT, o que também foi criticado pelo sindicato, que acusa a autoridade regional de demonstrar “uma postura inadequada diante das denúncias apresentadas”.
“A reabertura do processo pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) é um passo importante para a busca da justiça e da responsabilização do integrante da instituição pelos seus atos”, pontua a nota.
Denúncia
Ambiente tóxico, limitação ao uso de banheiro, cobranças excessivas injustificadas, tratamento desrespeitoso e opressivo foram alguma das colocações apontadas em depoimentos de servidores e servidoras que eram subordinados hierarquicamente ao procurador Luiz Scaloppe.
Consta no processo que a denúncia de assédio moral e sexual partiu de uma servidora que trabalhou por muito tempo com Scaloppe. Ela, inclusive, teria procurado auxílio psicológico e psiquiátrico para lidar com o ambiente de trabalho chefiado pelo procurador, fato que foi corroborado pelo depoimento de outras pessoas que trabalharam no local.
“Ele começou a me agarrar e querer forçar beijo na boca”, diz trecho de depoimento. “Ah, suas pernas estão muito bonitas, você está sensual de saias”, teria dito o membro do MPE. “Ele me deu dois tapas nas nádegas”, relatou a vítima.