Sem apresentar provas, Rússia culpa Ucrânia por ataque a hospital pediátrico em Kiev que matou 38


Em reunião do Conselho de Segurança, ONU tratou ataque como ‘crime de guerra’. Bombardeio é um dos piores desde o início da guerra, segundo prefeito da capital ucraniana. Fachada de hospital pediátrico em Kiev após bombardeio russo, em 8 de julho de 2024.
Gleb Garanich/ Reuters
O governo da Rússia culpou a Ucrânia pelo ataque a um hospital pediátrico em Kiev, capital ucraniana, na segunda-feira (8).
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O ataque deixou ao menos 38 pessoas mortas, entre elas quatro crianças, e 190 feridos, segundo o presidente ucraniano Volodimir Zelensky.
Em reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta terça (9), a Rússia disse que o ataque foi provocado pelos sistemas de defesa aérea ucranianos —e afirmou que as forças russas só atacam infraestruturas militares.
“Se fosse um ataque russo, não teria sobrado nada do edifício e todos os menores e a maioria dos adultos teriam morrido, não teriam ficado feridos”, disse o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, denunciando o que chamou de “campanha de propaganda de Kiev”.
O embaixador não apresentou provas.
O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, acusou a Rússia de “atacar deliberadamente aqueles que talvez constituem a população mais vulnerável em toda a sociedade”.
A ONU tratou o caso como “crime de guerra”. “Direcionar intencionalmente ataques contra um hospital protegido é um crime de guerra e os perpetradores devem ser responsabilizados”, afirmou Joyce Msuya, subsecretária interina das Nações Unidas para assuntos humanitários.
Ataque
O hospital pediátrico Ohmatdyt, o maior de Kiev, foi parcialmente destruído. Imagens do local mostraram que uma das fachadas veio totalmente abaixo, e autoridades disseram que há crianças entre os mortos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que várias pessoas estavam presas sob os escombros do hospital.
O prefeito da capital ucraniana disse que este foi um dos piores ataques à cidade desde o início da guerra na Ucrânia, há mais de dois anos. A Rússia disparou mais de 40 mísseis contra Kiev, ainda segundo o prefeito.
O ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko, disse que os trabalhadores de resgate ainda não sabem ao certo quantas pessoas ainda permanecem presas sob os escombros no hospital.
Outras cidades do centro e do leste do país também foram alvejadas, como Dnipro, Sloviansk, Kramatorsk e a cidade-natal de Zelensky (leia mais abaixo).
Os bombardeios também destruíram três subestações de energia elétrica da cidade, informou a operadora local, a DTEK.
A Rússia negou ter atingido alvos civis. Nesta manhã, o Ministério da Defesa russo disse ter atacado apenas bases aéreas militares em território ucraniano.
Zelensky prometeu retaliação ao ataque e pediu aos aliados ocidentais, entre eles os EUA, uma resposta firme ao ataque.
Imagens mostram efeitos de ataque da Rússia a hospital infantil na Ucrânia, em 8 de julho de 2024.
arte/ g1
Paciente de hospital atingido por bombardeio em Kiev é retirada em maca, em 8 de julho de 2024.
Thomas Peter/ Reuters
Bombardeio russo atinge hospital pediátrico na Ucrânia deixando mortos e feridos
Homem coloca as mãos sobre a cabeça diante de cenário de destruição em rua de Kiev, na Ucrânia, após ataque russo, em 8 de julho de 2024.
Valentyn Ogirenko/ Reuters
Vista aérea de hospital pediátrico parcialmente destruído após bombardeio em Kiev, em 8 de julho de 2024.
Thomas Peter/ Reuters
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