Reunião do plano golpista: que tipos de ilegalidades vídeo de Bolsonaro com ministros podem apontar

Gravação veio à tona após Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, retirar sigilo do vídeo. O registro é de 5 de julho de 2022. “A gente vê, depois, outras medidas, lá para novembro, dezembro, que são as medidas desse desespero, ainda buscando alguma coisa, alguma bala de prata. Mas ali o que se tentava era, inclusive, solapar as eleições.”
Quem diz isso é Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, âncora na rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura, ao comentar a reunião de 5 de julho de 2022 entre Jair Bolsonaro (PL), então presidente, e seus ministros, quando, segundo a Polícia Federal, discutiu-se estratégias que evitassem a derrota nas eleições presidenciais daquele ano.
O vídeo veio à tona nesta sexta-feira (9), após Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, retirar o sigilo da gravação. Em entrevista à edição extra do podcast O Assunto deste sábado (10), Vera explica que tipos de ilegalidades o vídeo pode apontar.
“Eu falei com criminalista Davi Tangerino, e ele deixa muito claro que essa coisa de que um crime só arquitetado não entra como crime e etc não vale para os crimes de abolição violenta do Estado Democrático e pra tentativa de golpe de Estado justamente pelo óbvio”, disse Vera.
Entre palavrões, ofensas, ameaças e conspirações de vários participantes da reunião, o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que pretendia infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tanto na campanha do próprio Bolsonaro quanto na do adversário.
“Se isso realmente se concretizasse não haveria investigação, porque teria havido uma supressão das instituições inclusive do Poder Judiciário. Então, nesse caso, a própria tentativa, a própria maquinação, e ainda mais uma maquinação vindo da cúpula do Poder Executivo, elas já têm peso de crimes”, complementa a jornalista.
“E o que se tem ali não tem um nexo exato com 8 de Janeiro, ele lembra isso. O que eles estavam tentando era uma medida que fosse uma alternativa para não precisar ter o 8 de Janeiro. O 8 de Janeiro já foi um plano B, C, D bastante desesperado.”
No encontro, Bolsonaro também pediu que seus aliados acionassem “o plano B” e ordenou a disseminação de fake news para tentar reverter a situação na corrida eleitoral, quando ele previa que poderia perder a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ouça a íntegra do episódio aqui.
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou: Sarah Resende.
VEJA CORTES DO PODCAST O ASSUNTO EM VÍDEO

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