REDACTED é um roguelike frenético em universo cheio de potencial – Review

REDACTED é um novo roguelike que pode chamar a atenção dos fãs do gênero, e até mesmo de alguns outros jogadores curiosos, principalmente os admiradores de The Callisto Protocol. Isso porque o game se passa no mesmo universo do jogo de terror, mas com uma pegada totalmente nova, tanto na jogabilidade como no visual.

Por conta disso, REDACTED chega com certa expectativa ao mercado, mesmo sendo um lançamento de menor escopo. Seja pela proposta de usar um mundo vasto que agradou muita gente, como também para saber se esse mesmo universo funciona em um jogo bem diferente do game de terror.

Mas será que o projeto da Krafton realmente agrada? Confira o review completo com REDACTED na versão de PC.

Um universo a ser explorado

Como dito anteriormente, The Callisto Protocol foi um jogo que dividiu opiniões. De um lado aqueles que viram no jogo uma espécie de novo Dead Space, já que ele também foi criado pelo co-criador da franquia da EA, Glen Schofield. Já outros criticaram o fato dele prometer demais e entregar pouco, principalmente em relação a desempenho e jogabilidade.

Mas uma coisa não há como negar, o universo da “franquia” abriu portas para que possa ser explorado de outras formas. E foi justamente o que REDACTED fez, aproveitando a deixa do enredo, para apresentar um roguelike onde a desculpa é apenas andar e atirar em tudo que aparece na sua frente.

Jogo utiliza um visual de histórias em quadrinhos para contar sua históriaJogo utiliza um visual de histórias em quadrinhos para contar sua históriaFonte:  YouTube 

No game, você controla uma espécie de carcereiro/guarda que, depois do caos implantado pela infecção dos detentos no presídio espacial Prisão de Ferro, precisa encarar os perigos em busca da única Cápsula de Fuga restante, sua última esperança de sobreviver ao caos que o lugar se tornou.

Só que, além de outros bandidos e funcionários que estão em busca do mesmo objetivo, é preciso encarar centenas de criaturas sedentas por sangue. Para isso, você precisará encarar todo o presídio, enquanto é vigiado e tem a sua trajetória sendo narrada pelo chefe de segurança local.

E mesmo se tratando de um jogo roguelike, cujos títulos não costumam ter uma história tão envolvente como em outros gêneros, ainda sim fica a sensação de que o enredo poderia ser melhor explorado. Uma vez que até mesmo os coadjuvantes possuem uma história mais detalhada, seja em arquivos criminais ou em conversas, do que o protagonista e suas “versões” depois de morto.

REDACTED é um roguelike vicianteREDACTED é um roguelike vicianteFonte:  Steam 

Jogabilidade frenética, viciante e desafiadora

Não há adjetivos melhores para descrever a jogabilidade de REDACTED. Logo nos primeiros minutos os jogadores são apresentados a uma prévia do que o jogo será do início ao fim. Principalmente em relação à dificuldade, que chega a beirar o gênero soulslike diante da sua complexidade.

Desde o começo, o seu personagem traz um grande leque de movimentos. À medida com que você se identifica com alguns, é possível criar uma estratégia para encarar os combates. Por exemplo, me adaptei melhor ao sistema de tiros, seja com armas de fogo ou atirando o “bastão bumerangue”, do que o combate corpo a corpo. Sendo assim, o meu foco sempre foi melhorar o poder desse tipo de ataque, e optar pelas habilidades que me daria melhorias para ele.

E essas melhorias funcionam de diferentes formas. A principal é comprando novas armas de fogo, que por sua vez, quanto mais caras mais devastadoras são. Já a outra é recolher habilidades que são distribuídas ao final de cada cenário, mais precisamente quando todos os inimigos são derrotados. Elas variam entre o nível de raridade e o tipo de melhoria que ela trará, podendo assim criar uma estratégia única, como a minha citada anteriormente. Porém, não custa lembrar que elas somem assim que seu personagem morre.

O jogo traz um fator replay altíssimoO jogo traz um fator replay altíssimoFonte:  Steam 

Mas é possível conquistá-las de volta. Para isso, é preciso fazer uma das coisas mais divertidas do game: confrontar o seu personagem que foi morto. Sim, você pode encontrá-lo no mesmo local onde foi a óbito na jogada anterior. Para isso, primeiro você precisa eliminar as criaturas locais, e depois vasculhar o corpo para iniciar a batalha que, dependendo do que você guardava, não é nada fácil. Ao mesmo tempo é satisfatório, e muito vantajoso, recuperar todos esses itens com o novo personagem.

Só que o jogo não facilita nem mesmo nessas horas. Isso porque por mais que você esteja muito bem armado, e com habilidades bem vantajosas, a dificuldade aumenta bastante. Seja nas criaturas geradas, em quantidade maior e em monstros mais poderosos, como em alguns desafios, como trazer todas elas com uma espécie de armadura a mais. Bom para os fãs do gênero, e ruim para os que já acham o game desafiador demais.

Ainda sobre evoluções, durante as suas jornadas dentro da Prisão de Ferro, há diferentes pontos a serem recolhidos. Eles por sua vez permitem comprar melhorias para armas, trajes com vantagens diferenciadas, e até mesmo máquinas para vender itens recolhidos, ou trocá-los por determinadas vantagens. Essa quantidade de coisas faz com que a cada morte, por mais frustrante que seja, tenham um gostinho especial para saber o que poderá ser evoluído ao voltar para o ponto de respawn.

É possível procurar pelo seu corpo anteriorÉ possível procurar pelo seu corpo anteriorFonte:  Steam 

Vale ressaltar o interessante sistema de fases geradas de forma aleatória. Por mais que não seja uma exclusividade de REDACTED, é interessante o quanto isso se encaixou bem no jogo. Por mais que algumas delas, principalmente nos primeiros cenários, tenham sempre a mesma estrutura, a variedade de inimigos, itens e armadilhas, torna tudo mais interessante,  já que isso faz com que o fator replay do jogo seja altíssimo.

Por fim, também há um divertido sistema de “corrida” para a única cápsula de fuga disponível. Conforme você encontrar outros personagens pelo caminho, a disputa fica ainda mais acirrada, necessitando que, a todo momento, você precisa enviar armadilhas para frear o avanço de seus “concorrentes”. Para piorar, em alguns casos é possível até ir para um confronto direto, o que só é recomendado caso esteja muito confiante do atual poder do seu personagens, já que essas batalhas são muito difíceis.

Batalhas contra outros personagens não são altamente recomendadasBatalhas contra outros personagens não são altamente recomendadasFonte:  Steam 

A agradável descaracterização da Prisão de Ferro

Para aqueles que não têm ciência da ligação entre os universos dos dois jogos, muito dificilmente farão uma associação entre REDACTED e The Callisto Protocol, principalmente por conta de seu visual, infinitamente mais colorido do que o jogo de terror em terceira pessoa.

Não considero isso um ponto negativo, pelo contrário, essa mistura vibrante de cores me deixou ainda mais encantado com parte visual do jogo. Principalmente por levar em conta que hoje em dia vem se tornando um padrão esses gráficos, talvez motivados pelo sucesso de Hades, principal referência do gênero atualmente.

O game traz um visual encantador.O game traz um visual encantador.Fonte:  Steam 

Entretanto, acredito que ele também possa incomodar os mais “apaixonados” pelo jogo de terror, já que esse talvez é um dos principais elementos que tornam o game original mais assustador. Cabe a eles entender que, explorar um mesmo universo não é tornar obrigatório o uso exato de todos os elementos.

Ainda sobre a parte gráfica, pude testar REDACTED em um PC com as seguinte configuração:

  • Placa de Vídeo – GeForce 4070 Ti Super;
  • Processador – Intel i7 14700k;
  • Memória RAM – 32 GB DDR5 7200MT/s Kingston Hyper Fury.

Com isso, REDACTED rodou com todos os seus elementos gráficos no máximo permitindo que, mesmo em momentos de muitos elementos na tela, o desempenho sequer fosse alterado. Mas não se preocupe, pois o jogo não exige um hardware poderoso para que possa ser executado, o que o torna mais acessível para todos.

Em relação às animações, o jogo conta a sua história em cenas como se fossem quadrinhos. Sendo assim, nada de cenas de animação, sejam elas computação gráfica ou desenhos animados. O mesmo vale para todo o seu visual, como cenários e personagens, que parecem ter saído de uma página da Marvel.

A variedade de inimigos é um dos pontos altos do jogo. Além de reciclar algumas das criaturas vistas em The Callisto Protocol, o game também tem a sua originalidade, e traz um leque imenso de monstros, onde muitos você só descobre da pior forma possível: batendo de frente. Já os cenários, mesmo em uma temática limitada, afinal, estamos lidando com uma prisão em grande escala, consegue variar a sua temática. Sendo assim, além de corredores, salas e outros espaços, também há momentos de uma fuga para terrenos lunares e outros locais mais exóticos.

Há uma variedade enorme de chefes e outros inimigosHá uma variedade enorme de chefes e outros inimigosFonte:  Steam 

Vale a pena?

REDACTED chega com um dos melhores roguelike do ano. A ideia de explorar um universo tão rico como o de The Callisto Protocol cai como uma luva para colocar os jogadores em cenários variados e repletos de criaturas. A sua jogabilidade frenética é um prato cheio para quem busca desafios, e o sistema de recompensas faz com que morrer não seja tão ruim assim.

Mesmo sem tanta divulgação ou com um marketing limitado, o jogo tem tudo para ser um dos melhores do ano nesta categoria. Agora, se ele terá o mesmo sucesso de outros, como Hades, Dead Cells e Vampire Survivors, só o tempo dirá.

Nota do Voxel: 85

Pontos Positivos (prós):

  • Ação frenética;
  • Variedade de inimigos e habilidades;
  • Visual encantador;
  • Fator replay altíssimo.

Pontos Negativos (contras):

  • Alguns podem se incomodar com descaracterização do universo;
  • História rasa demais;
  • Dificuldade elevada pode afastar novatos no gênero.

REDACTED foi analisado com uma chave de PC cedida pela desenvolvedora. O game já está disponível para jogar no computador por meio da Steam, chegando também ao PlayStation e Xbox.

Curtiu a review? Então confira outras análises realizadas por mim, Diego Borges, aqui no Voxel!

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