Emissora, do Wisconsin, foi o primeiro meio de comunicação a entrevistar presidente após debate contra Donald Trump. Rádio já havia dito que campanha do democrata combinou conteúdo das perguntas. Equipe de Biden pede para rádio retirar trechos de entrevista com o presidente
A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a uma rádio do Wisconsin que entrevistou Biden que não transmitisse trechos específicos da entrevista, segundo afirmou a emissora nesta quinta-feira (11).
Os trechos foram retirados e não estavam na versão da entrevista que foi ao ar na última quinta (4), ainda segundo a rádio. No comunicado, o veículo tornou públicas as partes editadas. (Leia mais abaixo)
Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Na entrevista, a primeira dada por Joe Biden após o debate eleitoral com Donald Trump, Biden diz que “estragou tudo” no debate e que “teve uma noite ruim”. Candidato republicano à Casa Branca, o presidente teve um desempenho ruim no enfrentamento, que gerou a onda de apelos para que o democrata desista da candidatura à reeleição. As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro.
Em um comunicado publicado nesta quinta (11), a emissora, a rádio Civic Media, afirmou que a decisão de retirar os trechos foi feita pela produção do programa que realizou a entrevista após a equipe de Biden pedir a edição.
A direção da emissora disse ter descoberto depois o pedido da campanha de Biden feito à produção do programa e, por não concordar com a decisão, por isso, tornou públicos os trechos retirados.
“Dada a gravidade do atual momento político, o que está em jogo nestas eleições e a importância do escrutínio público dos funcionários públicos nos mais altos cargos, acreditamos que é importante compartilhar esta informação”, dissse o comunicado.
Ainda de acordo com a emissora, os trechos retirados da entrevista que foi ao ar são os seguintes:
“…E além disso, tenho mais negros em minha administração do que qualquer outro presidente, todos os outros presidentes combinados, e em cargos importantes, cargos de gabinete”;
Ao referir-se sobre a defesa de Donald Trump da pena de morte no caso dos “Cinco de Central Park”, quando cinco jovens negros e latinos foram forçados a confessar um crime de estupro que não cometeram a uma mulher no Central Park, em Nova York: “Não sei se eles pedem o enforcamento ou não, mas ele, eles, disseram (…) condenado por homicídio.”
O presidente dos EUA, Joe Biden, durante abertura de cúpula da Otan em Washington, em 9 de julho de 2024.
Reprodução/TV Globo
A rádio Civc Media é focada em ouvintes de Wisconsin, um dos chamados “estados-pêndulo” e com um eleitorado negro significativo e do qual a campanha de Biden está atrás.
Na semana passada, a mesma emissora já havia dito que as perguntas feitas durante o programa foram previamente combinadas com a equipe de campanha de Joe Biden, que também enviou algumas perguntas.
LEIA TAMBÉM:
SANDRA COHEN: Biden se torna o seu maior adversário nas eleições de novembro
POSSÍVEL SUBSTITUTA: Kamala Harris poderia vencer Trump se substituísse Joe Biden?
ALIADA INFLUENTE: Nancy Pelosi, poderosa ex-presidente da Câmara dos EUA, recusa dar apoio público à candidatura de Biden e pede decisão rápida
Pesquisa mostra que a maioria dos eleitores querem que Biden desista da corrida eleitoral nos EUA
Editorial contra Trump
Nesta quinta-feira, após dois editoriais pedindo que Joe Biden desista de concorrer às eleições, o jornal “The New York Times” publicou um artigo se manifestando também contra a candidatura do ex-presidente Donald Trump.
No texto, o jornal diz que Trump seria uma “escolha aterrorizante” para governar neste momento do país. Afirma que o ex-presidente republicano tem repúdio a leis e é periogoso “nas palavras e nas ações”.
Editorial do ‘The New York Times’ contra a candidatura de Donald Trump, em 11 de julho de 2024.
Reprodução
Trump é o candidato do Partido Republicano que deve enfrentar o democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro deste ano.
“É uma escolha aterrorizante para este momento. A era pós-Covid com a inflação insistente, juros altos, divisão social e estagnação política deixaram muitos eleitoras frustrados e desapontados”.
“Um outrora grande partido político serve agora os interesses de um homem, um homem tão comprovadamente inadequado para o cargo de presidente, um homem cujos valores, temperamento, ideias e linguagem se opõem diretamente a tudo que tornou este país grande”, diz o jornal no editorial.
Editoriais são textos em que órgãos de imprensa expressam opinião sobre determinado tema.
Em um intervalo de uma semana, o “The New York Times” publicou dois editoriais pedindo que Biden desista de concorrer ao pleito como candidato democrata. O primeiro deles inaugurou os pedidos da imprensa norte-americana para que o presidente abandone a corrida eleitoral.
No segundo, o jornal afirmou que Biden está “passando vergonha”.
Fonte