JL Siqueira
Gilberto Cattani, Júlio Campos, Janaina Riva e Elizeu Nascimento em sessão da ALMT
A presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, Janaina Riva (MDB), avaliou que a decisão de punir o deputado estadual Gilberto Cattani com censura, não atendeu totalmente o seu desejo. No entanto, destacou a importância de um posicionamento do Parlamento, contra falas preconceituosas do parlamentar, que comparou mulheres grávidas a vacas prenhas, em um discurso contrário ao aborto.
“Eu não posso dizer que o que foi decidido me atende 100%. Não é exatamente o que eu almejava, mas é histórico para a Assembleia. Pela primeira vez a Comissão de Ética puniu um deputado por uma fala considerada ofensiva contra às mulheres”, disse a parlamentar.
O membro da Comissão, deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), questionado pela impresa se a censura havia sido a melhor escolha, declarou que se dependesse exclusivamente dele, o resultado seria diferente. Ele reforçou que a votação ocorreu de maneira secreta e destacou que a censura é um ato ruim para a histório do Legislativo, ao impedir a fala de um parlamentar, desta forma, a suspensão de mandato seria o mais adequado.
“Foi 3 a 2 o resultado de uma votação secreta, 3 pela advertência e 2 pela suspensão por 30 dias, mas a maioria venceu. A censura é um ato muito ruim, pela primeira vez na história do Poder Legislativo de Mato Grosso, um deputado será censurado por seus atos cometidos no mandato […] Chegou a ser aventado dele fazer um curso [de ética], mas como não tem nesse momento uma estrutura de contratar, aí ficou só a censura”, argumentou Júlio Campos.
Angelo VarelaALMT
Conforme apuração do , os membros da Comissão estavam dispostos em punir Cattani com a suspensão temporária, o que resultaria na perda do salário e o da Verba Indenizatória disponibilizada ao parlamentar. Ao perceber o cenário desfavorável, Cattani se articulou e pediu que os colegas reconsiderassem, medida que resultou em uma punição mais branda, como a censura.