Produtores discutem mercado e sustentabilidade em Dia de Campo na Bahia

O final de semana foi de debate para o setor produtivo da Bahia. Um evento técnico em campo, voltado para apresentações de painéis e de cultivares, reuniu centenas de produtores para discutir as alternativas para a desvalorização dos grãos no mercado. A região oeste do estado deve produzir cerca de 11 milhões de toneladas na safra 23/24.

A produtora Isabel da Cunha foi até o evento promovido pela Sementes Oilema à procura de informações sobre soja e milho, culturas nas quais ela investe atualmente. Segundo ela, o ano foi o mais desafiador de que se lembra, ocasionado pelas condições climáticas adversas.

Mercado

A região sofreu com a estiagem durante a janela de plantio da soja, que precisou ser estendida até o dia 10 de janeiro. Agora a preocupação está voltada para avaliação dos custos de produção e as vendas.

“A gente espera que o mercado tenha uma recuperação,  pelo menos para compensar um pouco o que já caiu”.

Isabel da Cunha, produtora rural

Na avaliação do professor e especialista Marcos Fava Neves, este é o momento mais difícil para o produtor de grãos no Brasil, mas a perspectiva é de recuperação. Ele acredita que o homem do campo deve investir na eficiência dos processos para manter o negócio sustentável.

“O principal recado aqui é a questão de trabalhar com eficiência. Eles têm que ficar melhor antes de ficar maior”, destaca Neves.

Segunda safra

Com o início da colheita da soja, que está ganhando ritmo no Oeste da Bahia esta semana, aumenta a busca por alternativas e soluções, especialmente para garantir a produtividade e a rentabilidade da segunda safra.

De acordo com o consultor André Aguirre, a diferença de janelas de plantio nas principais regiões produtivas do país, torna a safrinha uma oportunidade.

Neste cenário, com crescimento de área de 12% em relação à safra 22/23, o sorgo vem conquistando espaço através de materiais com alta tecnologia agregada e maior resistência.

“O sorgo está numa situação de maior estabilidade, sem o risco do produtor ter algum dano ou redução ou não pagar os custos. Muito mais estável do que o milho”, conta André Aguirre.

Já segundo o empresário e sementeiro Celito Missio, a maior segurança no mercado vem da mobilização pela busca de informações e inovações.

 “O mais importante é colher bem, mas também entender o mercado e saber o momento certo de executar as vendas”, destaca.


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