Presidente do TCE aponta caos na saúde pública de Cuiabá e prepara novo TAC | …

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, avalia  que a saúde de Cuiabá está um “verdadeiro caos”  porque a Prefeitura não está cumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta  (TAC) imposto após o fim da intervenção estadual. Além disso,  afirma que um novo TAC está sendo preparado e será apresentado ao Executivo municipal em até 30 dias.

Sérgio Ricardo aponta que a situação é de “extrema gravidade”. Segundo ele, a saúde da Capital enfrenta problemas similiares aos do Rio Grande do Sul após a tragédia das enchentes.

Rodinei Crescêncio

sergio ricardo presidente tce

“Está em andamento, dentro do Tribunal de Contas, uma mesa técnica que terá duas novas reuniões para definirmos um TAC com a Prefeitura de Cuiabá  porque já existe um TAC que o prefeito disse que, como não foi ele que assinou, logo  não teria a responsabilidade sobre aquele Termo que foi assinado entre o Tribunal de Contas, Ministério Público e Tribunal de Justiça. Agora, o Tribunal de Contas está discutindo essa mesa técnica e nos próximos 20 a 30 dias vai sair um outro TAC, esse sim assinado também pelo Prefeito Emanuel Pinheiro”, garantiu o presidente em entrevista ao .

Segundo Sérgio Ricardo, a saúde da Capital vai de mal a pior e será difícil reverter a situação que se instaurou no pós-intervenção. Além das dívidas de mais de R$ 500 milhões, incluindo salários atrasados há mais de quatro meses e a falta de pagamento aos prestadores de serviço,  voltou a enfrentar lotação de pacientes nas unidades, filas para atendimento, para cirurgias e exames.

“Hoje nós temos uma situação de caos na saúde de Cuiabá. Tudo bem, há um histórico de dificuldades na saúde de Cuiabá ao longo das décadas, mas hoje nós chegamos a uma situação insustentável. Nós estamos enfrentando o caos em Cuiabá. Filas para cirurgias, filas para consultas, filas para exames. Então, hoje a Prefeitura não tem recurso para bancar o mês a mês, não tem condições de bancar os custos da saúde de Cuiabá, do HMC, do São Benedito, principalmente. Hoje, eu diria que a mesma situação que o Rio Grande do Sul está enfrentando hoje com a água, Cuiabá está enfrentando hoje com a saúde. E aí não há uma outra saída se não a unidade, a união das forças, daqueles que têm recursos em caixa para investir”, explicou.

Ainda segundo o conselheiro, a situação foi potencializada pelos embates entre o prefeito e o governador Mauro Mendes (União). Ele ressalta que o governador já afirmou que não há intenção de fazer uma nova intervenção e que também não irá estadualizar nenhum hospital da Capital.

“O desentendimento, a falta de acordo político entre governo e Prefeitura de Cuiabá foi um grande desserviço, está sendo um grande desserviço para a saúde de Mato Grosso. Já conversamos com o governador Mauro Mendes, ele não demonstrou nenhum interesse em assumir novamente a saúde, nem em investir novamente na saúde, nem em uma nova intervenção. Ele entende que quem tem que bancar a saúde de Cuiabá é o município de Cuiabá, é a Prefeitura de Cuiabá, é o gestor de Cuiabá. Eu particularmente não acredito mais que possa existir um entendimento de harmonia entre governo do estado e prefeitura de Cuiabá no tocante à saúde e nem na gestão, não vejo mais nenhuma”, concluiu.



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