O prefeito de Juína (a 746 km de Cuiabá), Paulo Veronese, que deixou o PSD em julho do ano passado devido ao alinhamento da sigla com o governo do presidente da República Lula (PT), defende a necessidade de “equilíbrio ideológico” para que a população não seja afetada com eventuais polarizações entre esquerda e direita. Ao , explicou que a escolha por se filiar no União Brasil se deu pelo fato do governador Mauro Mendes realizar ótima gestão e transmitir segurança, diferentemente do petista quando assumiu o comando do país.
Rodinei Crescêncio
Veronese também reconhece o PT como sendo um dos principais adversários no município e explica que já estava inclinado em ir à direita, quando ocorreu a ruptura entre Mauro Mendes e o senador licenciado Carlos Fávaro, atual ministro da Agricultura e Pecuária. Ele frisou que embora esteja em lado oposto ao Governo Federal, não se deixa levar por paixões ideológicas, pois Juína precisa de investimentos da gestão petista.
“Lá em Juína, o PT, historicamente, sempre foi o grande adversário político e hoje eu tenho buscado esse alinhamento mais a direita. O Governo do Estado está entregando serviços para nós, por isso, nós estamos alinhando esse elemento bom com o Governo do Estado. Mas o grande desafio é buscar um ponto de equilíbrio, porque sim, hoje quem está à frente do Governo Federal é o PT, é o Lula. Então, a gente também não pode fechar as portas para atrapalhar o município por conta de ideologias políticas”, argumentou Paulo Veronese, em visita ao Grupo e entrevista ao Rdtv News.
Conforme dados do IBGE, divulgado no ano passado, Juína tem pouco mais de 45 mil habitantes e está localizada na região norte do estado. Neste cenário, o gestor sustenta que embora tenha divergências com pautas da esquerda, tem de manter a maturidade e apoiar o que é melhor para a cidade, mantendo às portas abertas para o Governo do Estado e Governo Federal, independente de bandeira partidária.
“Eu me coloco sempre contrário a muitas pautas que o Governo Lula tem, umas pautas de esquerda, mas também a gente tem que saber que o nosso município é muito maior do que o posicionamento político e eu preciso, sim, estar buscando recursos do Governo do Estado, do Governo Federal. A gente também não pode fechar todas as portas porque quem paga o preço é a população”, completou.
O alinhamento do PSD em Mato Grosso com a ala petista ocorreu em 2022, após o ex-deputado federal Neri Geller (PP), que sonhava em ser senador, ser escanteado pelo governador, que optou em seguir com Wellington Fagundes (PL), o candidato de Jair Bolsonaro (PL), presidente da República à época. Desgostoso com a situação, Fávaro rompeu com Mauro Mendes e seguiu com o progressista para o arco de aliança petista. Para o prefeito Veronese, a atitude do PSD ocorreu sem ouvir às bases, forçando os descontentes a buscarem novos rumos.
“Naquele momento, nós estávamos muito próximos ao Governo do Estado, um outro modelo de diálogo, de discussões políticas e muito rápido essa ruptura e a mudança, talvez de uma forma muito sem ouvir as bases, e foi uma decisão muito rápida naquele momento. A gente avaliando, pós-eleição, talvez o que iria acontecer, optamos em buscar esse posicionamento mais junto ao Governo do Estado”, concluiu.