Pescadores limpam rio para facilitar travessia de barcos no Pantanal

Um grupo de pescadores se organizou em uma força-tarefa para retirar o excesso de plantas aquáticas no rio que liga a Baía Ciá Mariana e Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço, no Pantanal Mato-grossense, a 121 km de Cuiabá.

Segundo eles, as plantas aquáticas têm atrapalhado a travessia de barcos e prejudicado o turismo local. Um especialista em meio ambiente explicou que toda interferência deve ser precedida por estudos técnicos antes de ser executada.

O trabalho de limpeza no ambiente já dura três dias e não tem data para acabar.

A Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) informou, em nota, que repassou recursos para apoiar a ação dos pescadores, com objetivo de facilitar a navegação pela região.

De acordo com o pescador e piloteiro, Antonio Valdemar, o fenômeno é registrado por causa da cheia do Pantanal. Como a correnteza não é forte o suficiente, os moradores usam barcos a motor para empurrar a vegetação e desentupir a passagem.

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Pesquisador alerta para o impacto que pode ser ocasionado no leito do rio. (Foto: reprodução)

Cuidados

O biólogo Abílio de Moraes explicou que a interferência no ambiente pode ser feita, mas desde que tenha sido previamente estudada por profissionais da área.

“A retirada do excesso de vegetação aquática às vezes é necessária para possibilitar a navegação do rio ou para conter uma proliferação de alguma espécie exótica e invasora. As intervenções são passíveis de acontecer, desde que sejam precedidas por um estudo técnico. Então, falar se isso está sendo benéfico ou não, precisa de um estudo para ser analisado com cautela”, contou.

A Baía de Chacororé é conhecida por ser um grande berçário da biodiversidade de peixes, anfíbios, répteis, aves, segundo o biólogo, além da conservação da água e do ecoturismo.

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