Parlamentares ouvidos pelo blog avaliam que o comportamento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao longo desta semana tem sido simbólico para sintetizar uma postura de “morde e assopra”.
Segundo esses congressistas, Pacheco vem selecionando as “brigas políticas” que compra ou deixa de comprar. Senadores dizem que o presidente da Casa ora vai ao ataque, ora recua a depender dos dividendos políticos – de olho em gestos internos e externos para cada tema.
Na segunda (2), por exemplo, Pacheco abraçou publicamente a ideia de um mandato fixo para ministros do STF – pauta que agrada numerosas bancadas no Senado, de conservadores a radicais.
A postura gerou reação firme do decano, Gilmar Mendes. “Após vivenciarmos uma tentativa de golpe de Estado, por que os pensamentos supostamente reformistas se dirigem apenas ao Supremo?”, questionou o ministro.
Esse mesmo “movimento para dentro” de Pacheco, no sentido de agradar as bancadas, foi visto na briga que o Senado comprou com o Supremo na votação do marco temporal.
Nas últimas semanas, o STF barrou a tese que destina aos indígenas apenas as terras ocupadas por eles no momento da promulgação da Constituição de 1988. O Senado, em resposta, aprovou um projeto no sentido oposto. Veja abaixo:
Senado aprova marco temporal para a demarcação de áreas indígenas; STF rejeitou a tese
Modo ‘contenção’
Enquanto isso, em outras pautas, Pacheco tem retomado seu modo “barreira de contenção”, na avaliação dos senadores.
É o caso de temas como a minirreforma eleitoral e a PEC da Anistia, que pretende perdoar a punição de partidos que descumpriram cotas para candidaturas de mulheres nas últimas eleições.
Esses textos já foram aprovados pela Câmara, e havia expectativa de que fossem votados a toque de caixa no Senado para garantir a validade das novas regras já nas eleições municipais de 2024. Pacheco, no entanto, adotou postura de cautela e não pautou os textos em plenário.
Senado adia votação da mini reforma eleitoral
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