A safra 2024/25 de soja em Mato Grosso enfrenta alguns desafios, o que reflete a pressão de preços tanto no mercado nacional quanto internacional. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que o custo para o custeio desta safra será de R$ 50,27 bilhões, com um valor médio de quase R$ 4.000 por hectare. Esse cenário, com altos custos de produção, tem impactado como os produtores rurais têm buscado financiamento.
Segundo o estudo anual divulgado pelo instituto, a participação dos recursos próprios dos produtores de soja tem diminuído ao longo do tempo, o que tem aumentado a dependência de financiamentos externos.
A pesquisa aponta que, além da crescente participação de fontes de crédito federais e do sistema financeiro, a utilização de modalidades de financiamento mais seguras tem ganhado destaque. Essas alternativas ajudam a garantir maior estabilidade nas negociações e contribuem para mitigar os custos associados ao financiamento, proporcionando mais segurança financeira para os produtores.
O Imea também observa uma mudança importante na metodologia de análise do crédito. As fontes de financiamento passaram a incluir o crédito do Plano Safra e outras linhas de crédito oferecidas por bancos privados e multinacionais. Em 2024, a procura por crédito fora do Plano Safra cresceu. Isso reflete um aumento da participação dos bancos como principais fontes de financiamento, enquanto os recursos próprios dos produtores, que representavam cerca de 31% do custeio na safra anterior, caíram para 19%. Já o crédito de bancos e multinacionais saltou para quase 29% e 13%, respectivamente.
Esse movimento está relacionado às taxas de juros mais altas no sistema financeiro, que têm pressionado os produtores. A busca por alternativas de financiamento fora do Plano Safra também pode refletir a dificuldade de acesso ao crédito nas condições tradicionais. Embora o aumento no custo do crédito possa afetar as próximas safras, ele também mostra um reflexo positivo na produtividade dessa safra, que, apesar dos desafios financeiros, tende a ter uma produtividade maior, o que pode ajudar a equilibrar as contas no futuro.
As informações são da última edição do Rural Notícias.