Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel nesta terça-feira (1) como resposta aos ataques de Israel ao grupo terrorista Hezbollah. Embora atue no Líbano, grupo é financiado pelo regime iraniano. Tensões se intensificaram em abril de 2024. Irã lança mísseis contra Israel
O ataque aéreo com mísseis do Irã a Israel, nesta terça-feira (1), escala a tensão entre os dois ao ponto mais alto desde abril de 2024, quando a crise se intensificou após Israel bombardear a embaixada do Irã na Síria — à época, sete membros da Guarda Revolucionária morreram.
Agora, o Irã alega ter feito a ofensiva como resposta à morte de líderes do grupo extremista Hezbollah, que é seu aliado. Israel fez uma série de ataques ao Hezbollah na última semana no Líbano, onde o grupo está sediado.
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Domo de Ferro abate mísseis disparados pelo Irã em Ashkelon, em Israel, nesta terça-feira (1º).
Amir Cohen/Reuters
Veja a linha do tempo do conflito:
Abril de 2024
Veja abaixo uma linha do tempo das tensões entre Irã e Israel, desde o ataque israelense na embaixada do Irã até os mísseis lançados por Irã contra Israel:
1º de abril – Israel bombardeou a embaixada do Irã na Síria, matando três comandantes da Guarda Revolucionária iraniana, incluindo Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da guarda — veja quem foi Zahedi.
1º de abril – Irã diz à ONU que tem o direito de revidar o ataque de Israel, que chamou de terrorista, e pediu que a entidade bilateral responsabilizasse o país pela agressão.
2 de abril – O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse que o ataque ao consulado “não ficará sem resposta”.
5 de abril – O chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que a resposta do Irã está a caminho. O Hezbollah é um grupo terrorista do Líbano que recebe apoio iraniano — saiba o que é o Hezbollah.
10 de abril – Líderes de Irã e Israel voltaram a trocar ameaças. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, voltou a prometer um revide. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse que Israel responderá um possível ataque iraniano.
11 de abril – O governo iraniano sinalizou à Casa Branca que a resposta ao ataque de Israel será “contida”.
12 de abril – A ameaça do Irã de retaliar o ataque de Israel é “real” e “viável”, segundo a Casa Branca. Os Estados Unidos são o maior aliado de Israel e devem dar algum tipo de apoio ao país em um eventual ataque iraniano.
13 de abril – Netanyahu afirma que Israel está preparado para um “ataque direto” do Irã. O Irã envia mais de 300 drones e mísseis para atacar Israel. Nos dias seguintes, Israel promete responder, e o Irã ameaça revidar se isso acontecer.
18 de abril – Israel ataca o Irã. O alvo foi uma base militar de Isfahan, uma das maiores cidades iranianas, a 450 km da capital, Teerã. A base tem instalações nucleares, que não foram afetadas.
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Setembro de 2024
17 e 18 de setembro – Centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada. Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
18 de setembro – A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
23 de setembro – Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
27 de setembro – Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que “estamos vencendo” a guerra e que “não há nenhum lugar no Irã que Israel não possa alcançar”.
1 de outubro – Irã lança mísseis contra Israel.
Guerra fria
Fumaça perto de edifícios diplomáticos do Irã em Damasco, na Síria, em 1º de abril de 2024
Firas Makdesi/Reuters
Irã e Israel estão em uma espécie de “guerra fria” há anos. O Irã tenta mostrar poder no Oriente Médio e a sua rede de influência regional contra os EUA e Israel sem precisar entrar em conflito direto por meio de ataques do chamado “Eixo da Resistência” em múltiplas regiões do Oriente Médio.
O “eixo” coordenado pelo Irã é predominantemente formado por milícias xiitas e tem entre os pilares principais Hezbollah, Houthis, Hamas (o único sunita) e facções de apoio no Iraque e na Síria.
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