o vazio sanitário não é a solução

Apesar da incidência na safra 2022/23 da cigarrinha do milho ter sido menor em relação aos ciclos passados, as dificuldades em controlar a praga permanecem. De acordo com especialistas, não existe uma “bala de prata” para solucionar o problema, contudo medidas de manejo são essenciais para se evitar a proliferação do inseto, vetor de doenças vasculares e sistêmicas que causam o chamado enfezamento da planta.

As dificuldades de manejo para vencer a cigarrinha do milho foram o foco desta quinta-feira (18) da terceira Live Mais Milho.

Foto: Canal Rural Mato Grosso

Mediado por Olmir Cividini, o debate contou com a presença do engenheiro agrônomo e pesquisador da Bayer, Paulo Garollo, do líder de pesquisa da Crop Protection da Corteva, Josemar Foresti, e do especialista em desenvolvimento de mercado da Ihara, Sebastião Guilherme Senedese Pereira Ribeiro.

“O manejo da cigarrinha é muito complexo. Não existe uma bala de prata, aquilo que vai resolver. Não tem o salvador da pátria. A gente tem realmente que trabalhar com o conjunto de boas práticas de manejo, principalmente a eliminação do milho tiguera”, pontuou o Sebastião Ribeiro, da Ihara.

Milho é cultura com apelo social alimentar

A realização de um vazio sanitário para o milho, que vem sendo levantada por especialistas e produtores, na avaliação do líder de pesquisa da Crop Protection da Corteva, Josemar Foresti, não é viável. Segundo ele, o cereal, ao contrário da soja, possui um apelo social, uma vez que é uma cultura que envolve o pequeno produtor.

Foto: Abramilho

“A soja não tem esse apelo. Então, fazer essa implementação de um vazio sanitário, fazendo com que o pequeno produtor não possa plantar para suprir uma silagem, que ele não possa plantar o milho verde para comercializar, que é o ganha pão dele, no meu ponto de vista não é a solução”.

Assim como Sebastião Ribeiro, para Josemar Foresti as boas práticas de manejo são a melhor alternativa, principalmente a eliminação de milho tiguera.

Controle de ninfas é essencial

Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador da Bayer, Paulo Garollo, o controle da cigarrinha do milho é estabelecer estratégias.

“O grande entrave da cigarrinha também está em cima da falta de manejo de ninfas. Ninfas de cigarrinha vivem basicamente debaixo das folhas”, afirmou Paulo Garollo.

Milho comprometido pela presença da cigarrinha. Foto: Pedro Silvestre | Canal Rural Mato Grosso

Paulo Garollo salientou que é necessário se trabalhar com produtos de translocação translaminar para o manejo das ninfas.

“É preciso conhecer também o ciclo da praga. Ovos de cigarrinha levam em média de sete a nove dias para eclodirem na forma de ninfa. Eu só vou ter ninfa se eu tiver cigarrinha com possibilidade de oviposição logo que chegam na lavoura. Eu só vou ter ninfa após V4. E, a partir daí se eu não controlar com um produto de translocação translaminar eu começo a sofrer o risco de manter a população alta”.

Live Mais Milho todas as quintas-feiras de maio

A live integra a sétima edição do projeto Mais Milho, realizado pelo Canal Rural, pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

Acompanhe outras transmissões em todas as quintas-feiras do mês de maio.