A operação Ragnatela, que apura esquema de lavagem de dinheiro para a facção Comando Vermelho, não levou, por enquanto, o vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB) para a cadeia, mas o matou politicamente e socialmente.
Ele vinha trabalhando o projeto de reeleição. Agora, precisa se preocupar em se defender não só na esfera jurídica, mas também de um processo de cassação que irá enfrentar na Câmara Municipal. Em um ano eleitoral, já se aproximando das convenções, Paulo Henrique não será perdoado pelos colegas, que farão de tudo para evitar desgaste e a pecha de corporativistas num período em que todos buscam renovar o mandato. Terá o mesmo destino da cassada pela segunda vez nesta legislatura, petista Edna Sampaio.
Servidor de carreira da secretaria de Ordem Pública de Cuiabá, Paulo Henrique foi eleito em 2020 pelo PV com 1.884 votos. Hoje está no MDB. Na Câmara, tem atuação pífia e pertence a uma lista de parlamentares do baixo clero.
Na investigação da PF, descobriu-se que o vereador teria utilizado dinheiro do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização de Cuiabá (Sindarf), do qual é presidente, para comprar até bolsa de luxo. E, dentro do esquema, caberia a ele fazer a fiscalização ambiental para liberar shows e eventos organizados pelo CV.