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O secretário-executivo do ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), Irajá Lacerda, já atuou como advogado do empresário Claudecy Oliveira Lemes, suspeito de desmatar uma área preservada no Pantanal no tamanho de 80 mil hectares, para plantar capim e abrir pastagem para seu gado. A informação foi divulgada pela Veja hoje (20), em seu site. O número 2 do ministério diz que já deixou o caso.
O nome de Lacerda, que é o número dois do Mapa, figura como representante legal do fazendeiro em um processo administrativo que tramita na Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso – veja abaixo. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 1º de junho de 2023.
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Segundo a Veja, no processo em que Lacerda aparece como representante legal do fazendeiro, Lemes foi autuado por devastar três centenas de hectares de vegetação nativa do Pantanal, além de desenvolver atividade sujeita a licenciamento ambiental dentro de uma área de conservação.
O secretário-executivo também foi chefe de gabinete do ministro Carlos Fávaro na época que ele era senador da República. Irajá é filho de José Esteves Lacerda Filho, suplente do ministro.
Devastação do Pantanal
Segundo reportagem do Fantástico, o pecuarista tem 11 fazendas em Barão de Melgaço (a 110 km de Cuiabá). A fazenda alvo da investigação está em embargada. Todas as propriedades serão administradas por uma empresa definida pela Justiça até o fim das investigações.
A área desmatada soma o tamanho da cidade de Campinas, em São Paulo. O objetivo do fazendeiro, conforme a apuração do MPE e da polícia, seria aniquilar a vegetação mais alta, fazendo um desfolhamento químico por pulverização criminosa despejada por avião para destruir a mata.
A investigação da Polícia Civil descobriu que para conseguir isso, o fazendeiro teria realizado a aplicação de herbicidas ao longo de três anos. As notas fiscais revelaram, segundo investigadores, que só com a compra de agrotóxico, Claudecy gastou R$ 25 milhões.
Após a denúncia, o Governo de Mato Grosso revelou que aplicou multa de mais de R$ 2,8 bilhões ao fazendeiro.
Outro lado
À reportagem do , Irajá Lacerda afirmou que só atuou como advogado de Claudecy em uma ação de 2019 e que não faz mais a defesa do empresário. Inclusive, Irajá salienta que está afastado das atividades advocatícias por conta da atuação no ministério.