Nosso universo tem um irmão gêmeo? Conheça a hipótese do antiuniverso

O universo surgiu há bilhões de anos e criou tudo o que conhecemos ao nosso redor, inclusive aquilo que não podemos observar a olho nu. Por exemplo, para toda matéria existe uma antimatéria; mas um cientista indiano sugere que há muito mais nesse mistério do que podemos compreender. Ele afirma que até o nosso universo possui outra versão semelhante, que seria um antiuniverso.

O pesquisador e aluno de doutorado no Instituto Indiano de Tecnologia, Naman Kumar, publicou um estudo na revista científica Gravitation and Cosmology visando questionar a possibilidade da existência de outro universo formado por antipartículas.

Seria algo semelhante ao elétron e ao pósitron: enquanto um tem carga negativa, sua antipartícula apresenta uma carga positiva.

Uma das grandes incógnitas da astronomia é a expansão contínua do universo; afinal, se o cosmos está se expandindo, a matéria também está. Mas e a antimatéria, ela também está se expandindo? Conforme Kumar explica, sua teoria sugere que, quando o universo começou há pouco mais de 13 bilhões de anos, um antiuniverso surgiu no mesmo momento, mas com uma grande diferença.

A característica mais impressionante dessa hipótese é que a existência de um antiuniverso, como sugerido por Kumar, poderia explicar a energia escura.

“Se olharmos de uma perspectiva quântica, a maneira mais natural pela qual o universo pode ser criado é em pares emaranhados cujo fluxo de tempo é opostamente relacionado. Isso sugere a ideia da criação de um par universo-antiuniverso. Assumindo a validade dessa hipótese, neste artigo, mostramos que o universo se expande de forma acelerada”, a introdução do estudo descreve.

O que é o antiuniverso?

O antiuniverso seria uma versão similar ao nosso, mas composto por antipartículas e, em vez de avançar no tempo, ele retrocederia. Seria muito parecido com o nosso cosmos, porém com partículas espelhadas e cargas invertidas. Devido a essas características, ele também estaria passando por uma rápida e contínua expansão.

Se essa teoria realmente existir, ela poderia resolver o mistério da energia escura. Segundo Kumar, a existência de um antiuniverso que corre para trás no tempo explicaria a expansão acelerada do cosmos, sem a necessidade de introduzir uma nova força. Nesse cenário, a energia escura seria simplesmente o efeito da expansão simultânea e acelerada desse universo ‘gêmeo’, que permanece fora do nosso alcance.

O aglomerado Bullet, oficialmente nomeado 1E 0657-56, é um objeto celeste formado pela colisão de galáxias, e seus dados foram utilizados para buscar a presença de antimatéria no universo antigo.O aglomerado Bullet, oficialmente nomeado 1E 0657-56, é um objeto celeste formado pela colisão de galáxias, e seus dados foram utilizados para buscar a presença de antimatéria no universo antigo.Fonte:  NASA / CXC / CfA / M.Markevitch / STScI / Magellan / U.Arizona / D.Clowe 

Até agora, os cientistas ainda não conseguiram entender por que o cosmos tem muito mais matéria do que antimatéria, já que a teoria do Big Bang sugere que ambas deveriam ter sido formadas em quantidades iguais. Embora já tenhamos provado a existência da antimatéria, a hipótese de Kumar poderia explicar seu desaparecimento; talvez toda a antimatéria esteja escondida nesse antiuniverso.

De qualquer forma, essa teoria ainda carece de evidências suficientes, por isso os cientistas precisam continuar expandindo seu conhecimento sobre o assunto para investigar se o universo pode realmente ter um ‘irmão gêmeo’.

Além disso, existem várias hipóteses que tentam explicar a presença da matéria e energia escura no universo, mas a maioria delas também não foi totalmente comprovada. Ou seja, ainda há muito a ser compreendido sobre o tema.

“Se o universo existe como um par universo-antiuniverso, então ele se expande de forma acelerada. O mesmo raciocínio pode ser estendido ao antiuniverso se o considerarmos um meio-espaço definido pela região T menor que 0. Existe uma declaração familiar no estudo de buracos negros onde a área do horizonte é uma função não decrescente do tempo, que é o famoso teorema da área de Hawking”, Kumar escreve no artigo.

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