Polo de referência no norte de Mato Grosso, Sinop (a 479 km de Cuiabá) tem sua saúde fragilizada com falta de posto de saúde, médicos e medicamentos. Ao menos este é o principal problema apontado pela população, segundo pesquisa feita pela Percent Brasil, contratada pelo portal .
O levantamento, feito na modalidade espontânea, ouviu 600 moradores de 41 bairros do município. Dentre os entrevistados, 44,3% alegaram que a Saúde é o maior problema enfrentado na cidade.
O índice reflete as recentes polêmicas envolvendo a morte de duas crianças atendidas em Unidade de Pronto Atendimento (UPA) à espera de um leito em outros municípios. Sinop não tem UTI pediátrica e o caso gerou uma crise entre o prefeito Roberto Dorner (Republicanos) e a imprensa, ao ser questionado sobre o assunto.
Arte: Rodinei Crescêncio/RDNews
A falta de UTI pediátrica destoa da condição do município, que é considerado a quarta economia de Mato Grosso, tendo arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em impostos apenas no último ano – cifra que deve ser batida este ano, conforme expectativa do município.
Em março deste ano, a Câmara de Vereadores apresentou uma indicação para cobrar que o Governo do Estado faça a implantação de um Centro de Pediatria, com UTIs, no Hospital Regional. Vale ressaltar que Sinop é polo de saúde na região do Teles Pires e não absorve apenas a demanda da população local, concentrando o atendimento de pacientes de outras 13 municípios próximos.
Outros problemas
A saúde pública, no entanto, não é a única queixa dos moradores de Sinop, que possui uma população estimada em pouco mais de 148 mil habitantes. O segundo maior problema apontado pelos entrevistados foi o trânsito da cidade, apontado como ruim (16%).
Falta de segurança (12,7%), falta de saneamento básico (3,2%), excesso de buracos nas ruas e falta de pavimentação (2,5%) são pontos também elencados pelos entrevistados como problemas que precisam ser solucionados pela gestão municipal. A existência de rede de esgoto a céu aberto é criticada por 2% dos entrevistados, enquanto outros 1,8% citam a falta de infraestrutura em geral.
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Foram citados pelos entrevistados ainda, como problemas menores, a falta de mais creches e escolas (1,5%), bem como a falta de iluminação pública (1,2%) e falta de limpeza urbana (1,2%).
Para 1,2% dos entrevistados falta investimento na cidade. Também foi apontado como problemas, ainda, o alto custo de vida no município (0,8%), a falta de praça e área de lazer (0,3%) e a falta de transporte coletivo (0,3%).
Citaram que Sinop tem “problema nenhum” 3,3% dos entrevistados. Outros 5,3% não souberam responder, enquanto 2,3% não quiseram.
Entrevistas
Dos 600 entrevistados, todos de forma presencial, 48% são do gênero masculino e 52%, do gênero feminino. A maioria tem entre 25 e 59 anos, somando 73,2%; jovens de 16 a 24 anos formam 12,5% dos entrevistados e idosos com 60 anos ou mais, 14,3%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 20 de maio deste ano e tem intervalo de confiança de 95%. A margem de erro é de 3,99% para mais ou para menos.