Dois mato-grossenses estão entre os componentes do Grupo de Trabalho para esclarecer as violações de Direitos Humanos contra as pessoas LGBTQIA+ na história brasileira, instituído pelo Ministério de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Os selecionados são a pesquisadora e ativista lésbica Bruna Andrade Irineu e o diretor do Grupo Livremente , Clóvis Arantes. Ao todo, o GT conta com 17 representantes e a partir desde a quarta-feira (28) deu início ao plano de ação.
Publicado na portaria n° 289, de 16 de maio de 2023, o grupo foi criado com a finalidade de garantir e efetivar os direitos à memória, à verdade histórica e à dignidade das pessoas LGBTQIA+ e é presidido pelo professor de Direito da Universidade Federal de São Paulo, Renan Quinalha.
Em entrevista ao , Bruna Irineu celebrou a oportunidade integrar o grupo. “Estou honrada demais com a tarefa de compor o grupo de trabalho do MDHC, ao lado de tanta gente que admiro, como Clóvis Arantes, com o objetivo de efetivar o direito à memória, à verdade e à reparação da comunidade LGBTQIA+ no Brasil”, reforçou.
Montagem/RDNews
A ativista ainda celebrou que Mato Grosso tenha dois participantes. “Mato Grosso é um estado que se caracteriza por ser um dos mais violentos contra a comunidade LGBTQIA+, principalmente a violência letal. Então nossa participação sinaliza também que nós, como Estado, estaremos mais próximos dessas discussões que nos farão trazer demandas parao estado com outro canal de importância. E tenho certeza que vamos nos organizar para que os trabalhos em nível federal também se consolidem aqui na região”, ressaltou.
Conforme a portaria de publicação, entre as propostas do grupo destaca-se a intenção de propor políticas públicas voltadas para a elaboração e manutenção de novos e dos já existentes projetos de museus e acervos públicos de documentação histórica, bibliotecas e centros culturais sobre as histórias das pessoas LGBTQIA+, de seus movimentos sociais e populares organizados, e das violências institucionalizadas de que essas pessoas foram vítimas desde o Brasil Colônia.
“Esse sem dúvida é um trabalho importante e a criação de um grupo de trabalho sinaliza que o Governo atual está atendendo à necessidade de reparação histórica, que é uma sinalização muito importante na garantia dos Direitos Humanos. Ainda mais considerando os últimos acontecimentos, nos últimos quatro anos, como a extinção do Conselho Nacional LGBT, entre outras medidas que demonstram que foi um governo pouco ou quase nada atento às demandas da população LGBTQIA+”, finalizou a pesquisadora.