MP detalha ligação de irmão de Alei e homem preso com R$ 300 mil  – veja | …

O Ministério Público Eleitoral, em representação que pede cassação ou anulação do diploma do prefeito eleito de Sorriso, Alei Fernandes (União Brasil), e seu vice, Acácio Ambrosini (Republicanos), detalha a proximidade entre o irmão do futuro  gestor, Gilson Fernandes e Nei Francio.

Lucas Torres/Só Notícias

Alei Fernandes

Nei chegou a ser preso às vésperas das eleições com R$ 300 mil em espécie. Ele não soube comprovar a origem, mas conforme investigação, os valores seriam usados supostamente para abastecer o caixa 2 da campanha de Alei.

Em diálogo interceptado na quebra de sigilo telefônico expõe que Nei e Gilson tinham grande proximidade na gestão financeira da campanha. Eles conversavam sobre o recebimento de doações e pagamento de despesas de forma ilícita, ou seja, sem lançamento no registro contábil da campanha, para que não constasse na prestação de contas.

“Bom dia, Gilson, Tranquilo? Ganhou presentinho agora de manhã? O Junior te ligou? Me falou que ia falar contigo para discutir uns detalhes. Só não me falou QUANTO. Me dê notícia boa de quanto que é. Um milhão, dois milhão, três, cinco. Quanto que é, fala aí”, enviou Nei.

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MP ELEITORAL Gilson Nei Francio

Em resposta, Gilson diz que não recebeu a ligação do doador, mas que também checaria a possibilidade de “entrar quente”: “Bom dia, Nei. Não, não me ligou ainda não. Mas é, a hora que ele ligar eu já linco ele. Pode deixar, beleza? Vou até ver se ele não consegue fazer declarado para nós”.

Em mais de uma vez Nei e Gilson se utilizam das expressões como “se é quente ou não é”;  “vou até ver se ele não consegue fazer declarado pra nós”;  “ele até perguntou se queria por dentro, por fora, tal”. Com isso,  reforçaram  os indícios de que muitas doações para o financiamento de Alei e Acácio eram feitas de forma ilícita.

Outro diálogo que comprova a organização financeira da campanha está constatada em diálogos entre Nei e uma funcionária identificada como Silvana Cristina Scarton, do financeiro de sua empresa, quando ele pede para   checar com Gilson como seriam feitas as doações. Ela responde que o irmão de Alei repassou uma tabela com valores e contas que seriam contempladas. “Deu esse aí né?” e Silvana respondeu a Nei: “100% quente” e “transferido para conta de vários vereadores”.

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MP ELEITORAL Gilson Nei Francio

No diálogo abaixo transcrito, Nei pede a Silvana para “esquentar o valor de R$ 100 mil, que seria repassado a ela por Gilson, o qual, assim como ele, também exercia um papel de destaque na coordenação financeira. “Você passa pro Gilson, o Gilson precisa passar um dinheiro quente na…na…contigo aí. Uns R$ 100 mil. Ai entra o dinheiro e tu faz esquentar. Liga com ele e vê isso aí. Eu acho que você consegue fazer, né? Liga para Gilson e vê isso com ele”.

O MP Eleitoral ainda argumenta os filhos de Nei, Alan Zibetti Francio e Ian Zibetti Francio, podem ter sidos usados como laranja para a realização das doações financeiras em favor de vários candidatos a vereador e a prefeito. O objeito eleitorais seria encobrir que os valores doados saíram de pessoas jurídicas, o que é proibido pelas regras.



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