O ex-governador do Ceará e ministro da Educação (MEC), Camilo Santana, afirmou nesta quinta-feira (25) que a implementação de escolas cívico-militares não será uma política pública do Governo Lula (PT) porque não há evidências que comprovem que a educação militar representa uma melhor qualidade de ensino.
“Não é estratégia do Ministério. As evidências mostraram que não é esse o ensino que tem trazido resultado na educação no Brasil. Vou dar o exemplo do meu estado, das 100 melhores escolas públicas do Brasil, 87 são do meu Estado e nenhuma é militar”, disse durante visita a Cuiabá.
Santana participou de um evento no Palácio Paiaguás para assinatura de um Termo de Intenção para a retomada de dezenas de obras em escolas da educação básica, via parceria entre Governo Federal, Governo do Estado e prefeituras. A declaração do ministro foi em resposta ao questionamento se a militarização seria a melhor solução para o ensino, uma vez que, em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes (União Brasil), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem adotado esse perfil.
Michel Alvim/Secom-MT
Para o ministro, cada Estado tem autonomia para estabelecer qual será o modelo de ensino adotado. Ele pondera, no entanto, que essa não é uma política que será adotada pelo MEC, preferindo seguir com o modelo já validado e que, frisa, tem dado resultado no país.
“Claro que os Estados e municípios têm autonomia para tomarem suas decisões. Não vamos inventar a roda. Nós vamos apostar nos modelos que têm trazido resultados em vários estados brasileiros”, afirmou.
Conforme Santana, o MEC seguirá buscando adotar estratégias de fortalecimento do ensino em tempo integral e das escolas profissionalizantes, procurando garantir a alfabetização na idade certa e que as escolas estejam conectadas, apoiando os jovens para que eles não abandonem o ensino.
Ele frisou, ainda, que o presidente Lula não é contrário às escolas cívico-militares, mas voltou a salientar que não há base científica que comprove uma qualidade de ensino superior nesse modelo, pontuando que há apenas 212 escolas militares em um universo de 138 mil escolas de educação básica no país.
“[Lula] não é contra. Não tem evidência nenhuma de resultado. Não tem um dado ainda das escolas cívico-militares em relação a isso [qualidade de ensino], não deu nem tempo”, defendeu.