La Ninã trará temperaturas menores e um um clima mais seco que pode afetar o milho de inverno
Agrolink
– Seane Lennon
Foto: Divulgação
Sobre a La Niña, na última semana o NOAA projetou que durante o outono (março a junho) teremos a transição do El Niño para a neutralidade, e que no segundo semestre teremos a transição da neutralidade para o La Niña. De acordo com a análise da Grão Direto, a La Ninã trará temperaturas menores e um um clima mais seco que pode afetar o milho de inverno em algumas regiões, mas não de forma muito significativa visto que o plantio se deu de forma antecipada e esse clima seco não irá pegar as culturas em fases críticas. Entretanto, o estabelecimento dessa transição já cogitada há algum tempo tem reflexos diretos sobre as expectativas do mercado, principalmente visto o impacto do La Niña em outros anos.
A poucos meses do plantio da safra norte-americana de milho, a entrada do La Niña no segundo semestre desperta preocupações em relação às temperaturas mais baixas e ao clima mais seco que se espera prevalecer sobre os EUA. É crucial monitorar de perto as condições hídricas do solo nas principais regiões produtoras, pois a capacidade de armazenamento de água do solo será fundamental para proporcionar condições adequadas às plantas durante os períodos de seca. Até o momento, as condições hídricas do solo não estão ideais devido ao inverno mais seco e quente que passamos. No entanto, com previsões de novas chuvas, há expectativas de que o solo possa reter um volume hídrico satisfatório, reduzindo assim o risco de seca durante a safra vindoura.
Ainda há discordância considerável sobre a área e potencial produtivo destinados ao cultivo do milho safrinha. O USDA estima a área total de milho em 21,9 milhões de hectares, enquanto a Conab a coloca em 20,36 milhões. A maior disparidade é na área destinada ao milho safrinha, estimada em 15,75 milhões de hectares pela Conab, refletindo uma redução de 8,3% em relação ao ano anterior. Apesar do aumento de 2,5% na área de soja. A Conab prevê uma queda na produtividade do milho safrinha em 6,9%, com as maiores reduções em Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. Os holofotes voltados à safrinha ganham intensidade com a normalidade com que se tem avançado a colheita da safra. As cotações de milho poderão encerrar mais uma semana no vermelho.