'Mesmo vivos, os sírios estavam mortos por dentro', diz refugiada

Nabila Yousif é professora de árabe e vive no Brasil há 12 anos. Ela e a família pediram refúgio depois que uma bomba quase atingiu a casa deles em Damasco. ‘Mesmo vivos, os sírios estavam mortos por dentro’, diz refugiada Síria
No domingo (8), o regime do ditador Bashar al-Assad, no poder há 24 anos na Síria, chegou ao fim após uma ação “relâmpago” de rebeldes opositores, que avançaram e conquistaram as maiores cidades do país até chegarem à capital, Damasco. Assad e a família abandonaram o território sírio e receberam asilo na Rússia.
A guerra civil na Síria já dura 13 anos. Em 2011, manifestações pacíficas pedindo mais democracia terminaram em repressão militar, desencadeando um conflito em larga escala que resultou em destruição, milhares de mortos e refugiados espalhados pelo mundo.
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O Brasil acolheu mais de quatro mil refugiados sírios desde o início da guerra civil. Entre eles, a professora Nabila Yousif. Ela e a família pediram refúgio depois que uma bomba quase atingiu a casa deles em Damasco.
“Eu não pretendo voltar para morar na Síria. Pensa, você deixa tudo lá e tu começa a construir a sua vida do zero aqui, do zero mesmo, tá?”, comenta. Assista no vídeo acima.
Para Nabila, que é cidadã brasileira, a perspectiva é poder visitar a Síria após todos esses anos. “A gente espera ter paz, liberdade, isso é algo que nenhum cidadão tinha”, afirma. E diz também que espere que, finalmente, o país melhore.
“Eu não vejo que o país vai piorar mais do que já estava porque ele já estava ruim o país, não tinha o que piorar mais, as pessoas, mesmo que vivos, estavam mortos”, lamenta.
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