A semana foi marcada pela divulgação de importantes relatórios e estimativas para a soja. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu ao indicar estoques dos EUA acima do esperado e também por manter a sua estimativa para a safra brasileira.
Com a colheita se encaminhando para o final, as estimativas para a safra do Brasil ainda divergem. O USDA trabalha com 155 milhões de toneladas. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu na semana a sua previsão para 146,5 milhões de toneladas.
No meio do caminho está a projeção de Safras, atualizada na sexta, e marcando produção superior a 151 milhões de toneladas.
Produção
A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 151,246 milhões de toneladas, com retração de 4,2% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado.
Em 15 de março, data da estimativa anterior, a projeção era de 148,601 milhões de toneladas. A elevação sobre a previsão anterior é de 1,78%.
Safras indica aumento de 2,1% na área, estimada em 45,62 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.332 quilos.
“O avanço dos trabalhos de colheita em todo o país revela a realidade da safra brasileira, trazendo a necessidade de novos ajustes nas produtividades médias esperadas para alguns estados do país”, afirmou o analista e consultor de Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
No Sul, o destaque fica com ajuste positivo no estado do Rio Grande do Sul, com grande parte das lavouras demonstrando um ótimo potencial. “É possível vermos a maior safra da história do estado, que nessa temporada terá a segunda maior produção estadual do país”, destaca o analista.
No Centro-Oeste, destaque para o aumento da produtividade média esperada para Mato Grosso, onde as lavouras semeadas e colhidas mais tardiamente trouxeram resultados muito melhores que as semeadas precocemente, beneficiadas pela melhora climática registrada a partir de janeiro.
Já em Mato Grosso do Sul, foi feito um ajuste negativo na produtividade média, com parte das lavouras trazendo resultados menores do que o esperado inicialmente.
No Sudeste, destaque para a redução do potencial produtivo do estado de São Paulo, com parte das lavouras também trazendo resultados inferiores ao esperado. “No Nordeste, o avanço dos trabalhos de colheita na Bahia revela que o potencial produtivo do estado é melhor do que esperávamos, havendo surpresa positiva nas produtividades”, acrescenta Roque.
USDA
O relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte-americana de soja deverá ficar em 4,165 bilhões de bushels em 2023/24, o equivalente a 113,35 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 50,6 bushels por acre. Os números foram mantidos na comparação com março.
Os estoques finais estão projetados em 340 milhões de bushels ou 9,25 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 319 milhões de bushels ou 8,68 milhões de toneladas. Em março, a estimativa era de 315 bilhões de bushels ou 8,57 milhões de toneladas.
O USDA projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 396,73 milhões de toneladas. Em março, a previsão era de 396,85 milhões de toneladas. Os estoques finais foram reduzidos de 114,3 milhões para 114,2 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 112,6 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana ficou em 113,3 milhões de toneladas, mesmo número do relatório anterior. A safra brasileira foi projetada em 155 milhões de toneladas, sem alterações. Para a Argentina, a previsão é de produção de 50 milhões de toneladas, também sem revisão. O mercado esperava número de 151,7 milhões para o Brasil e de 50,2 milhões para a Argentina.
Conab
A produção brasileira de soja deverá totalizar 146,52 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 5,2% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 7º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 146,86 milhões de toneladas. Houve um corte de 0,2% entre um mês e outro.