Me chama que eu vou!

Imagem: AGORA com Vanzeli Me chama que eu vou!Nunca vi tamanha polêmica ao redor de uma tragédia como a que ceifou a vida dos 5 ocupantes do submarino Titan nas águas profundas do oceano Atlântico.

Houve quem encontrou prazer e deleite na morte de milionários gastando um valor obsceno de dinheiro para um passeio. Teve gente também que notou diferença de tratamento dada pela mídia ao caso em relação às mortes de 79 refugiados que morreram no mar Mediterrâneo no sul da Grécia na semana passada. Neste caso, não teve anúncio feito por Almirante e tal.

Claro que não faltaram frases prontas de autoajuda tendo a implosão do submarino como ilustração, do tipo: “é melhor deixar o passado para trás”, e outras mais. Em nada disso quero tanger no texto de hoje. Para mim, a morte de uma pessoa representa dor, perda, separação e luto, quer dos 5 no submarino, quer dos 79 na embarcação improvisada no sul da Grécia. Não posso, por isso, nada dizer senão lamentar toda dor que as tragédias encerram.

Por isso, propus-me a indagar: o que levaria uma pessoa a pagar milhões de reais numa viagem a 4 mil metros de profundidade, correndo sério risco de morte (se bem que quem viaja de avião, de carro, de moto, de bicicleta e o escambau também corre risco)? Só pode ser uma coisa, a curiosidade. Do latim “curiositas” ela pode ser definida como o “desejo por conhecimento ou informação”. É o “bichinho carpinteiro” dentro de nós que nos incita à descoberta. Para o curioso, imagens do Titanic não bastam, tem que ser com os próprios olhos!

A curiosidade não levou o homem até o fundo do mar, apenas; levou-o à Lua! Ela traz uma inquietude no coração humano que o força a saber das coisas: de onde viemos, para onde estamos indo, que coisa é essa que nos atrai para o centro do planeta, o que é o céu, o que é Deus, o que somos nós. É na curiosidade que esses questionamentos encontram nascedouro e, a partir deles, a humanidade conseguiu realizar grandes feitos e a descobrir toda ciência que temos.

Para além da lástima que representam as mortes dos passageiros do submarino, aquilo que os moveu a realizar tão insólita viagem também obrigou equipes de engenheiros a criarem equipamentos com nível de sofisticação incrível (bem, não eram sofisticados o bastante, por evidente) que, no futuro, podem ajudar seres humanos ao redor do globo. E você pensa que, em razão do acidente, mais ninguém tentará ver o Titanic no fundo do oceano? Já já aparece outro curioso disposto a correr os riscos. É que coração curioso é, também, aventureiro.

A diferença entre o Titan, o submarino que implodiu, e o Titanic, o navio que naufragou, é de apenas duas letras: “i” e “c”, de “infinitamente curioso”. Não ficou muito bom o trocadilho, mas definiu muito bem nosso coração. A propósito, se tiver alguma viagem tripulada e experimental para Marte, não se esqueçam de me chamar: Eu vou!

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One thought on “Me chama que eu vou!

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