Mesmo sem definir quem será seu candidato à Prefeitura de Cuiabá, o governador Mauro Mendes (União Brasil) é considerado o principal “puxador de votos” devido à gestão que tem desempenhado no estado. No entanto, quanto à Capital, terá de quebrar um tabu de 20 anos, caso queira eleger um de seus aliados ao Palácio Alencastro.
Reprodução
Governador Mauro Mendes com Fabio Garcia e Eduardo Botelho, que disputam seu apoio para concorrer à Prefeitura de Cuiabá nas eleições deste ano
Acontece que nas últimas cinco eleições para o cargo de prefeito da Capital, os governadores não conseguem conquistar o eleitorado por meio de seus respectivos candidatos. O tabu foi recordado pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD), nesta semana. Ele reconheceu a força de Mauro Mendes e da máquina pública na corrida eleitoral, mas não vê como fator determinante no pleito cuiabano.
“Ele [Mauro] é um grande cabo eleitoral, mas nos últimos anos, os governadores de Mato Grosso perderam as últimas cinco eleições da Capital. O Blairo Maggi perdeu duas, em 2004 e 2008; Silval Barbosa perdeu em 2012, Pedro Taques em 2016 e Mauro Mendes em 2020. Então, as últimas cinco eleições foram vencidas por adversários dos governadores mato-grossenses”, argumentou.
No ano de 2004, o governador à época, era o megaprodutor de soja, Blairo Maggi, que escolheu o ex-deputado e hoje presidente do Tribunal de Contas (TCE), Sérgio Ricardo, então no antigo PR, que fracassou no primeiro turno. Em ato contínuo, Blairo manifestou apoio à Alexandre César (PT) no segundo turno, que também saiu triturado na disputa por Wilson Santos, hoje deputado estadual.
Em 2008, Blairo, ainda chefe do Executivo estadual, declarou apoio a Mauro Mendes, que foi para o segundo turno, mas saiu derrotado por Wilson Santos, que garantiu a releição para o segundo mandato na Prefeitura de Cuiabá.
Com a troca de governo estadual em 2010, a expectativa era de houvesse a quebra do tabu na Prefeitura no ano de 2012, com a força de Silval Barbosa, que abraçou o projeto do petista Lúdio Cabral. Porém, não foi o que ocorreu. Na oportunidade, Mauro Mendes venceu no segundo turno, mantendo a “maré de azar” do Palácio Paiaguás.
No ano de 2016, foi a vez do governador Pedro Taques também sofrer derrocada na Capital. O gestor era rejeitado pela classe de servidores e não tinha apelo popular. Neste cenário, seu apoio a Wilson Santos, ainda no PSDB, ex-prefeito que tentava retornar ao cargo, também não decolou. O emedebista Emanuel Pinheiro foi eleito com pompas.
Já em 2020, Mauro Mendes, no cargo de governador, optou em caminhar no primeiro turno com o ex-prefeito e apresentador, Roberto França, que à época, pertencia ao Patriota. Entretanto, obteve uma votação pífia. Diante disso, escolheu Abilio Brunini, hoje no PL, para o segundo turno. No entanto, viu o liberal sofrer a derrota de virada para Emanuel Pinheiro, seu ex-aliado e adversário político.
Atualmente, o União Brasil tem dois pré-candidatos para as eleições de 2024, o chefe da Casa Civil, Fabio Garcia, preferido de Mauro Mendes, além do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, que mesmo liderando as pesquisas de intenção de voto, tem sido escanteado.