O governador Mauro Mendes (União Brasil lamentou o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que emitiu parecer pela reprovação das contas da Prefeitura de Cuiabá, ao constatar cerca de R$ 1,2 bilhão em dívidas consolidadas. A cidade é gerida por seu ex-aliado e hoje adversário político e desafeto pessoal, prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Gabriel Rodrigues
Mauro Mendes apontou que ao analisar o relatório, o rombo nas contas pode ser ainda maior e reforçou que não há motivos para se comemorar, embora não sejam aliados. Neste cenário, afirma que quem herdar a Prefeitura terá grande dificuldade de colocar a casa em ordem.
A situação pode afetar diretar diretamente aliados de Mauro Mendes. Entre eles, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, e o chefe da Casa Civil, Fabio Garcia, ambos do União Brasil, que sonham em disputar a Prefeitura da Capital.
“Isso não é motivo de preocupação, nem de comemorar, é motivo de ficar triste. Você olha lá, R$ 1,2 bilhão de dívidas declaradas, [mais] R$ 155 milhões de dívidas na gaveta, ou seja, chega a quase R$ 1,4 bilhão de dívida. Isso é para ser olhado com muita tristeza”, disse Mauro Mendes, nessa segunda-feira (11).
Ao projetar um novo horizonte, o governador crê que às futuras gestões enfrentarão dificuldades, provocadas pelo atual prefeito, que na sua avaliação, agiu e tem atuado de maneira “desastrosa” em seus dois mandatos. “Quem vai pagar essa conta é todos nós cidadãos cuiabanos, que vamos ter uma Prefeitura durante décadas, sofrendo às consequências dessa gestão desastrosa”, salientou.
Contas reprovadas
Por 6 votos a 1, o TCE-MT rejeitou as contas do município de Cuiabá, referente ao exercício de 2022, após o julgamento retornar na tarde da última quinta-feira (07). Na semana passada, o relator do caso, conselheiro Antonio Joaquim, apontou diversas inconsistências no balanço apresentado e o montante expressivo da dívida consolidada, que chegou a R$ 1,2 bilhão.
Agora, o parecer do TCE pela reprovação das contas será encaminhado à Câmara de Cuiabá. Com base nos apontamentos da Corte de Contas, os vereadores podem aprovar ou reprovar as contas de Emanuel. Antes mesmo do parecer final, vereadores de oposição apresentaram pedido de Comissão Processante de Inquérito (CPI), contra Emanuel, por improbidade administrativa.