Mato Grosso: o novo eldorado da mineração | …

Rodinei Crescêncio

Ana Lacerda arte colunista

O conceito de Eldorado evoca uma narrativa universal de riqueza, promessa e oportunidade, enraizada na imaginação humana ao longo dos séculos. Originado nas crônicas dos exploradores europeus, Eldorado representa não apenas uma terra física de abundância material, mas também um símbolo de aspirações profundas por progresso e sucesso. Essa visão mítica de uma terra de tesouros incalculáveis transcende as fronteiras geográficas, manifestando-se em regiões específicas como o Vale do Silício nos Estados Unidos ou nosso Estado do Mato Grosso, onde a promessa de prosperidade econômica e crescimento rápido cativa a imaginação coletiva.

O tempo é propício para que Mato Grosso se afirme como o novo Eldorado no minério do Brasil, em termos de recursos naturais e de inteligência e visão estratégica

Nosso Estado, ao seguir os passos de visionários que transformaram terras inexploradas em Eldorados do passado, tem se tornado não apenas um celeiro de produção, mas também um farol de inovação e desenvolvimento sustentável.

Vale lembrar que desde os primórdios do Brasil colonial, quando a cana-de-açúcar estabeleceu suas raízes férteis no solo brasileiro, a agricultura, a pecuária e as riquezas da terra, em geral, têm sido a espinha dorsal de nossa economia e, nesse sentido, Mato Grosso desponta!

Há também que se ressaltar a riqueza de minérios desta terra, até então pouco explorada. Segundo informações  da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico[1], a cidade de Nobres liderou os valores de repasses do CFEM em 2022, seguido pelas cidades de Poconé, Peixoto de Azevedo, Pontes e Lacerda, e Nossa Senhora do Livramento. Contudo, a entrada da produção da NEXA (empresa do grupo VOTORANTIN), em Aripuanã, explorando zinco, cobre, chumbo e ouro, projeta o município como potencial principal produtor de minérios do Estado.

Assim, Mato Grosso é o 6º colocado em produção nacional de minérios e tem potencial para aumentar mais, porém, ainda esbarra na falta de tradição de pesquisa mineral como os Estados de Goiás e Bahia, que ocupam o 4º e 5º lugar, respectivamente, nas palavras do geólogo da METAMAT, João Antônio Paes de Barros.

No entanto, para que a rentabilidade desses setores siga em ascensão tanto em Mato Grosso quanto em todo o Brasil, é necessário sanar falhas legislativas;  propiciar maior segurança jurídica ao envolvidos; adequar as fiscalizações – que na atualidade geram um ambiente de incertezas para os trabalhadores e investidores, dificultando o planejamento estratégico e minando a competitividade no mercado internacional –; reduzir  burocracias excessivas, que geram custos adicionais e atrasos nos procedimentos, prejudicando a eficiência e a agilidade das operações comerciais, entre outros. Tais condições são anacrônicas e também econômica e socialmente desvantajosas, desafiando os princípios da eficiência e da equidade.

Em paralelo, a insipiência de discussões menos ideológicas e mais voltadas à realidade dos fatos revela-se como uma barreira significativa para o pleno florescimento mato-grossense e brasileiro como um todo. A ausência de um currículo abrangente que promova a compreensão do potencial e das oportunidades desses setores, aliada à falta de incentivo ao empreendedorismo, perpetua a ignorância sobre a importância estratégica dessas atividades para a economia nacional.

Diante deste quadro, é imperativo que as esferas do poder público intervenham assertivamente. Mato Grosso, com sua riqueza mineral e potencial incomparável, está destinado a ser o epicentro deste renascimento econômico, e ao seguir os passos de visionários que transformaram terras inexploradas em Eldorados do passado, o Estado pode se tornar não apenas um celeiro de produção, mas também um farol de inovação e desenvolvimento sustentável.

O tempo é propício para que Mato Grosso se afirme como o novo Eldorado no minério do Brasil, em termos de recursos naturais e de inteligência e visão estratégica. O futuro promissor aguarda aqueles que ousam cultivar as sementes da mudança e colher os frutos de um progresso verdadeiramente inclusivo e sustentável.

Mato Grosso está destinado a brilhar como uma joia preciosa no cenário nacional e global, e é com determinação e visão que moldaremos essa realidade, solidificando nosso lugar como o Novo Eldorado do Brasil.

[1] Disponível em: https://www.sedec.mt.gov.br/-/23452332-mato-grosso-produz-r-6-8-bilhoes-em-minerios-em-2022#:~:text=Somente%20em%202022%20foram%20produzidos,pela%20Explora%C3%A7%C3%A3o%20Mineral%20(CFEM). Acesso em março de 2024.

Ana Lacerda é advogada do escritório Advocacia Lacerda e escreve exclusivamente nesta coluna às quartas-feiras. E-mail: analacerda@advocacialacerda.com. Site: www.advocacialacerda.com



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