Kremlin tenta restaurar a ordem, mas ainda é cedo para decretar o enfraquecimento de Putin e a morte política do chefe do grupo Wagner. Oficial da polícia fica de plantão diante da Praça Vermelha, em Moscou no dia 25 de junho de 2023
Evgenia Novozhenina/REUTERS
O motim instantâneo e fracassado perpetrado no fim de semana pelo chefe do grupo de mercenários Wagner desviou para a Rússia o foco das atenções da guerra que se desenrola na vizinha Ucrânia e acrescentou mais dúvidas do que certezas ao maior desafio imposto a Vladimir Putin nas últimas duas décadas.
Ainda é cedo para decretar o enfraquecimento do líder russo ou a morte política de Yevgeny Prigozhin e seu bando. O Kremlin tentou recompor o clima de normalidade no palco da guerra, divulgando nesta segunda-feira imagens do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em ação diante das tropas russas, após ser execrado publicamente por Prigozhin como incompetente e corrupto.
Numa primeira análise, ele está a salvo e legitimado pelo Kremlin como o senhor da guerra na Ucrânia. Mas até quando e a que preço o desgastado Shoigu conseguirá manter o respeito diante de seus subordinados?
Prigozhin, líder do Grupo Wagner, usa martelo como ferramenta de tortura e poder
O comandante dos mercenários, que, pela interpretação do discurso raivoso de Putin, teria um fim impiedoso, como traidor da pátria, aparentemente acabou ganhando um refresco, com a declaração de um exílio em Belarus.
Este suposto acordo teria sido negociado pelo autocrata Alexander Lukashenko, que vem desempenhando o papel de capacho de Putin, mas ganhou relevância, emergindo como mediador na crise entre o Kremlin e os mercenários. A ascensão de um pária externo na solução do confronto interno representa mais uma humilhação para o líder russo.
Há quase três décadas no comando de Belarus, ele ostenta o título de último ditador da Europa. Para sobreviver, sufoca internamente os opositores e dá apoio logístico à guerra que seu aliado maior orquestra na Ucrânia. Portanto, o salvo-conduto apresentado por Lukashenko a Prigozhin não tem credibilidade.
Membros do Grupo Wagner invadem Rostov, na Rússia, em 24 de junho de 2023
REUTERS/Stringer
Não ficou claro o destino da tropa de amotinados, que avançava em direção a Moscou. A anistia, com a volta para a frente de batalha na Ucrânia, e a sua integração ao Exército, como defendeu anteriormente o ministro Shoigu, representariam mais um indício de que a frente russa não pode prescindir do bando de mercenários renegados.
Se a rebelião forjada pelo chefe do grupo Wagner terminou abruptamente, a questão agora é saber o quanto ela durará para o presidente russo. Muito se especulou sobre o enfraquecimento de Putin, equiparado a um “pato manco” pela inoperância no turbulento fim de semana. Tratando-se de Putin e seus antecedentes, seria mais prudente prever um contra-ataque para restaurar a posição de homem-forte da Rússia.
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