Presidente participou, ao lado do ministro, de comemoração dos 25 anos do Ministério da Defesa. Múcio assumiu o cargo na esteira de protestos em frente a quarteis e dos ataques de 8 de janeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (28) que o ministro José Múcio Monteiro entrará para a história como “possivelmente o mais hábil” ministro da Defesa que o Brasil já teve.
Lula fez discurso, ao lado de Múcio, na comemoração dos 25 anos do Ministério da Defesa, evento realizado no Clube do Exército, em Brasília. Oficiais das Forças Armadas também estavam presentes.
Múcio, que é civil, assumiu a Defesa no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em um momento em que o país ainda tinha acampamentos, em frente a quarteis do Exército, de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro pedindo que Lula, vencedor nas eleições de 2022, não tomasse posse.
Na primeira semana de governo, em janeiro de 2023, houve os ataques golpistas às sedes do Três Poderes, e investigações mostraram o envolvimento de alguns militares das Forças.
Um dos principais papeis de Múcio, em seus primeiros meses no cargo, foi distensionar qualquer resquício de ruído entre o governo e as Forças.
“Haverá um dia que a história brasileira haverá de consagrar a tua passagem pelo ministério da Defesa como possivelmente o mais hábil de todos os ministros da Defesa que esse país já teve”, afirmou Lula no evento desta quarta.
‘A gente percebia que muita gente não desejava largar o poder’, diz Múcio sobre Forças Armadas na transição de governo
Em seguida, o presidente disse que o aniversário do ministério serve para celebrar “a verdadeira missão das Forças Armadas”. Segundo Lula, essa missão é garantir a ordem e a soberania do país, sem ideologias políticas.
“Celebramos hoje a verdadeira missão das Forças Armadas, que é de servir a nação brasileira, garantir a ordem, não em nome de uma ideologia ou a serviço de pretensões políticas individuais, mas em nome, acima de tudo, da soberania de um país e da proteção do povo brasileiro”, continuou o presidente.
Inquérito que investiga militares
Nesta terça-feira (27), o Exército Brasileiro abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar quatro militares por possíveis crimes relacionados à elaboração da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”.
Essa carta, segundo investigações da Polícia Federal, foi utilizada como instrumento de pressão ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, para que ele aderisse a um golpe de Estado em 2022
Em entrevista a jornalistas, ao ser questionado sobreo inquérito, José Múcio disse que, na gestão passada, militares de alta patente tentaram desequilibrar o Exército, o que foi evitado pelo comando da força.
“Foram militares de alta patente que resolveram estimular, vamos dizer assim, o fracionamento do bom equilíbrio do Exército, desestimular o trabalho do general. Ele prontamente, competentemente, abriu inquérito, descobriu os culpados e serão punidos. As Forças Armadas para serem fortes não podem trabalhar sob a aura da suspeição”, afirmou o ministro.
Fonte