Presidente fez afirmação ao comentar articulação política do governo e negociação de cargos. Lula diz que é preciso ser duro com quem ‘nasceu no neofascismo colocado em prática no Brasil’. Presidente Lula durante coletiva de imprensa em Bruxelas
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O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (19) que é necessário punir quem transmite o ódio e comparou os envolvidos na suposta agressão contra familiares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a “animais selvagens”.
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Lula fez a afirmação durante coletiva de imprensa em Bruxelas, ao comentar a articulação política e a possível negociação de cargos dentro do governo para acomodar partidos.
O presidente afirmou que, assim que voltar para o Brasil, irá fazer um “acordo maduro” para garantir tranquilidade no Congresso Nacional, mas que não se pode ir com “muita sede ao pote”.
“O que está parecendo é que existe uma vontade majoritária das pessoas de que o ódio, surgido durante o processo eleitoral, tem que ser extirpado”, complementou.
“Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem o ódio, como o cidadão que agrediu o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. Quer dizer, um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano.”
Lula disse será necessário ser duro com quem “nasceu no neofascismo colocado em prática no Brasil”, para que essas pessoas aprendam a ser civilizadas.
Em nota, o advogado dos suspeitos da agressão diz que as declarações de Lula representam “precipitado pré-julgamento de fatos que ele provavelmente desconheça”.
“Tivesse conhecimento do que realmente ocorreu com essa família, sua manifestação muito provavelmente seria outra. As imagens do aeroporto, tão logo disponibilizadas, evidenciarão a grande injustiça a que essas pessoas estão sendo submetidas”, diz o advogado Ralph Tórtima Filho.
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No dia 14 de julho, o ministro do STF Alexandre Moraes disse ter sido hostilizado por um grupo de brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma.
Os envolvidos seriam quatro integrantes de uma família de Santa Bárbara D’Oeste (SP): o casal Roberto Mantovani Filho e Andréa Mantovani e o genro Alex Zanatta, além do filho do casal, Giovani Mantovani.
Na ocasião, Andréa teria se aproximado do ministro e o chamado de “bandido, comunista e comprado”. Além dos xingamentos proferidos contra Moraes, o filho dele também teria sido agredido com um tapa por Roberto.
Após o episódio, os acusados embarcaram normalmente para o Brasil, mas, ao desembarcarem em Guarulhos, foram abordados pela PF.
O casal Roberto Mantovani Filho e Andreia Mantovani, negou em depoimento à Polícia Federal ter agredido o filho do ministro Alexandre de Moraes.
Alex Zanatta prestou depoimento à PF de Piracicaba, no interior de São Paulo na manhã de domingo (16), e negou ter xingado o ministro ou mesmo que tenha presenciado a agressão ao filho de Moraes.
Na terça-feira (18), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a quatro pessoas envolvidas no episódio de suposta agressão à família do ministro.
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