Lula diz acreditar que indicadores da economia são positivos, mesmo com cenário internacional adverso

Lula convocou reunião ministerial para fazer balanço do governo até aqui e tratar de temas como as eleições municipais de outubro e cortes no orçamento. Governo prepara PEC para intensificar cooperação com polícias estaduais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (8), em reunião com ministros, que acredita que os números da economia brasileira são positivos, mesmo diante do cenário internacional adverso.
Acrescentou que se sente “preocupado” sempre que falam sobre inflação. Segundo Lula, quando trabalhava em fábrica conviveu inflação de 80% ao mês. Por isso, sabe o quanto é devastador a inflação alta para vida do trabalhador.
“Eu acredito que todos os nossos números são positivos, apesar da perspectiva de uma crise internacional, sabe, que o dólar vem causando no mundo inteiro. A gente se mantém muito equilibrado. A gente se mantém numa situação boa. Emprego está crescendo, salário está crescendo, massa salarial está crescendo, desemprego está caindo e a inflação está totalmente equilibrado. Esse é um dado muito importante, porque toda vez que falam em inflação, eu fico muito preocupado”, disse Lula.
Reunião ministerial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu todos os 39 ministros em uma reunião nesta quinta-feira (8) para analisar situação política, social e econômica do país. O encontro tinha a intenção de dar início à organização da segunda metade do mandato.
A reunião começou às 9h30 no Palácio do Planalto e deve abordar, entre outros temas:
as eleições municipais de outubro;
a agenda legislativa;
o calendário de votações no Congresso;
e cortes no orçamento.
Os ministros foram orientados pelo gabinete do presidente a não marcarem outros compromissos para esta quinta. “Não convém se ausentar antes do término”, diz trecho da convocação para o encontro enviada aos ministros.
A expectativa é que cada ministro fale por cinco minutos, mas não faça apresentação ou balanço de ações de cada ministério.
Eleições municipais
Lula deve pedir para que ministros e funcionários do governo federal tomem cuidado ao fazer campanha para não infringir a legislação eleitoral.
A Advocacia-Geral da União (AGU) elaborou uma cartilha do que pode e o que não pode ser feito. A legislação proíbe, por exemplo, fazer campanha em horário de expediente.
Lula e o candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), foram multados por propaganda antecipada. A ação foi movida pelo Partido Novo, uma das legendas que acionou a Justiça contra a fala de Lula durante evento de 1º de Maio, no estádio do Corinthians, na Zona Leste da capital paulista.
O juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal Regional Eleitoral de SP, determinou o pagamento de R$ 20 mil para Lula e R$ 15 mil para o deputado federal Guilherme Boulos.
O único ministro que vai tirar férias para fazer campanha é Luiz Marinho, do Trabalho, que vai se engajar na campanha de Luiz Fernando Teixeira, candidato do PT em São Bernardo do Campo e irmão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT).
Outra preocupação de Lula é que as eleições tumultuem a coalizão que sustenta o governo, uma vez que em várias capitais há mais de um candidato da base. Lula deve reforçar o pedido para que ministros sejam cautelosos com o tema.
Alguns ministros devem evitar participar da disputa. Ministros do MDB, por exemplo, já se recusaram a gravar vídeos de apoio a alguns candidatos apoiados pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
– Esta reportagem está em atualização

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