Lítio, hidrogênio e datacenter: os projetos investigados pela PGR de Portugal que levaram primeiro-ministro a renunciar


Empreendimentos investigados estão ligados ao desenvolvimento sustentável do país e estão previstos para serem concluídos nos próximos anos. Ex-premiê negou envolvimento com atividades suspeitas. Antônio Costa, primeiro ministro de Portugal, foi diagnosticado com Covid-19
PEDRO NUNES/REUTERS
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, renunciou ao cargo nesta terça-feira (7) após a polícia realizar uma operação de busca e apreensão na casa dele. A ação foi parte de uma investigação do Ministério Público do país sobre um suposto esquema irregular de exploração de lítio e de venda de hidrogênio verde por parte do governo português (leia mais abaixo).
Segundo os promotores responsáveis pelo caso, outros suspeitos afirmaram que o ex-premiê interveio para desbloquear operações supostamente irregulares. Costa disse ser inocente, mas decidiu se afastar do cargo porque uma investigação do tipo “não condiz com a função de primeiro-ministro”.
Investigações
As investigações da Procuradoria-Geral da República de Portugal abrangem supostas irregularidades em contratos do governo para a exploração de lítio em minas portuguesas, além da produção de energia a partir de hidrogênio.
Três projetos do governo estão sendo investigados:
Concessões de mineração de lítio nas minas do Romano, no vilarejo de Montealegre, e do Barroso, no município de Boticas.
Criação de uma central de produção de energia a partir de hidrogênio na cidade de Sines.
Construção de um datacenter, também em Sines, pela empresa Start Campus.
Entenda mais sobre cada projeto abaixo.
Mineração de lítio
Em 2019, o governo português abriu concessões de mineração de lítio nas minas do Romano, no vilarejo de Montealegre, e do Barroso, no município de Boticas, ambas no norte do país.
Com 60 mil toneladas métricas de reservas conhecidas, Portugal já é o maior produtor europeu de lítio, embora só agora os mineiros estejam se preparando para começar a exploração. Várias empresas, nacionais e internacionais, estão tentando explorar os depósitos portugueses.
O minério é fundamental para produzir baterias utilizadas em veículos elétricos, por exemplo.
Central energética de hidrogênio
A produção de energia a partir de hidrogênio verde (ou sustentável) é um dos objetivos do governo de Portugal nos últimos anos e, para isso, uma central está em construção em Sines, no sudoeste do país.
O processo que utiliza hidrogênio para gerar energia é considerado sustentável porque não emite gases poluentes, como o gás carbônico, mas apenas vapor de água.
O projeto português para aumetar a criação de energia sustentável no país é ambiciosa e chegou a ser elogiada pela Comissária Europeia para a Energia, Kadri Simson.
Datacenter
Composto por nove edifícios, um datacenter está sendo construído na região industrial de Sines e deve ser concluído em 2027. O campus de centros de dados será um dos maiores da Europa e terá capacidade de até 495 MW.
A empresa responsável pelo projeto, Start Campus, pretende instalar painéris solares para poder utilizar energia renovável para manter a estrutura operando. Além disso, os idealizadores do empreendimento desejam criar um projeto que viabilize o uso da água do mar para esfriar os servidores.

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