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A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, autorizou o compartilhamento de dados sigilosos do celular do advogado Roberto Zampieri para investigar se existe ou não outros possíveis mandantes do crime. A decisão é desta sexta-feira (02).
A magistrada autorizou, para isso, a extração de cópias dos HD’s e documentos físicos por servidores do Ministério Público do Estado (MPE) que integram o Centro de Apoio Operacional do Conhecimento e Segurança da Informação, sob a supervisão de um dos promotores de Justiça que atua no Núcleo de Defesa da Vida, em até 72 horas. A decisão acolheu pedido do MPE que solicita diligências complementares.
De acordo com a decisão, foi instaurado um inquérito complementar após a conclusão da investigação principal, que concluiu que o coronel do Exército Etevaldo Caçadini fora contratado por terceiros para arquitetar a morte de Zampieri, e passou a tarefa para Antônio Gomes da Silva e Hedilerson Fialho. Por tais motivos, o apura-se se Anibal Manoel Lourindo resolveu contratar o acusado Etevaldo para que este executasse o plano de matar a vítima, conforme conteúdo extraído do aparelho celular de Etevaldo.
A investigação apontou que Etevaldo manteve contato direto com o fazendeiro Anibal Manoel Lourindo, antes, durante e depois da empreitada criminosa. Os quatro suspeitos foram indiciados pelo crime, mas na ação penal só responde o trio Caçadini, Antônio e Hedilerson.
“A investigação do homicídio, destinada a apurar quem são os eventuais mandantes e a motivação delitiva, somente poderá ser conduzida a bom termo, nos estritos termos autorizados judicialmente, com o compartilhamento dos elementos de convicção produzido no bojo desta persecução penal”, diz trecho da decisão.
O caso
No dia 5 de dezembro do ano passado, o advogado Roberto Zampieri deixou o escritório em que trabalhava e, ao entrar no seu veículo, um Fiat Strada, foi surpreendido pelo assassino. Os agentes policiais informaram que foram disparados cerca de 10 tiros na direção do advogado.
Nas gravações, obtidas por meio de câmeras de segurança de empreendimentos da localidade, é possível ver que o assassino cometeu o crime com o rosto descoberto, usando uma caixa para abafar o som, e que ele fugiu a pé. A Polícia Civil já indiciou por homicídio qualificado quatro suspeitos de participação no crime: o empresário e fazendeiro de Rondonópolis Aníbal Manoel Laurindo, de 74 anos, Etevaldo Luiz Caçadini, Antônio Gomes e Hedilerson Barbosa.